3 de abril de 2013

Capítulo 007 - Suspense

Capítulo 007
Mistérios



Limites da Cidade, Fábrica de Tubos e Conexões (BR 060) – 05h30 PM. 

O sol estava se pondo no horizonte, quando nós estávamos passando pela BR. Hélio estava levando a gente até a fábrica onde o pai da Sofí trabalhava quando...
Essa foi a resposta de Katty ao policial, quando este lhe perguntou a que horas eles haviam chegado ao local do acidente. Sim, pois havia acontecido algo muito maior com o pai de Sofí do que o esperado. Eles estavam indo pela BR, em velocidade normal para não serem pegos em nenhum radar. Era uma única estrada de duas mãos que, nos lados, havia diversas fábricas. Algumas abandonadas, enferrujadas e caindo aos pedaços. Mas a fabrica onde o pai de Sofí trabalhava era uma das poucas ali que ainda tinham funcionários trabalhando. Eles iam comentando no carro... Sofí:
Ai Hélio... Não dá pra ir mais rápido aí não? 
Hélio:
Nem vem. Prefiro não chamar a atenção. Já basta o fato de eu ser menor de idade... Se os tiras pararem a gente, com certeza também vão saber que não tenho carteira. 
Karen:
Mas você também, hein? Como que você tem coragem de andar sem carteira? 
Hélio:
Hmpf! 
Karen: 
Porque você não dá um jeito nesse menino, Katty? Como você aguenta? 

Katty deu de ombros e Carlos disse: 
Se eu fosse você, eu nem reclamava, pois é ele quem está trazendo a gente até aqui, ok? 

Hélio: 
Boa! 

E continuaram seguindo. Então Sofí disse, ao reconhecer a placa que indicava o local de entrada: 
Ali! É ali, Hélio. Pode entrar ali e seguir reto. Essa é a fábrica. 

Hélio: 
Beleza... 

Eles chegaram pela parte de trás da fábrica, como todos tinham que fazer quando iam pra lá. Eles entraram em uma pequena rua que ia ao lado da fábrica e, depois de andarem alguns metros, viram no pátio da fábrica, várias viaturas da policia, caminhões de bombeiro e ambulâncias estacionadas e fazendo seu trabalho. Eles comentaram dentro do carro: 
- Eita...
- Uai...
- Meu Deus do céu... Será que aconteceu alguma coisa?
- Ai, meu Deus... O que está acontecendo aqui?
- Mais essa agora?... 

Eles continuaram em direção ao portão da fábrica, quando viram o que tinha acontecido. Eles não conseguiram ver antes, pois o que aconteceu foi só na parte da frente da fábrica... Um avião tinha invadido a fábrica após cair em pleno voo! O estrago foi enorme e todos no carro ficaram de boca aberta ao ver o acidente. Sofí só pensava: “Meu Deus... Meu Deus... Pai... Pai...” E, quando eles chegaram ao portão, um policial disse para eles pararem. Eles pararam e Carlos perguntou para o policial: 
Moço... O que aconteceu aqui? Como foi que esse avião entrou desse jeito na fábrica? 

Sofí já saiu do carro observando a tragédia e pensando o pior. O policial: 
Essa área está fechada, garotos! É melhor vocês voltarem para suas casas e nós mandaremos notícias em breve. 

Carlos saiu do carro e disse: 
Qual é seu guarda? A gente só quer saber o que aconteceu. O pai da moça ali trabalha aqui. Não está vendo que ela está preocupada. 

Karen também ajudou: 
É a gente só quer saber se o pai dela está bem. Dá uma forcinha pra gente...? 

Policial: 
Não, não... Sem chance. Vocês vão ter que voltar outra hora, quando tudo já tiver sido esclarecido. 

Sofí, com os olhos ainda fixos na destruição, pergunta: 
Quando foi que isso aconteceu? Foi hoje? 

Policial: 
Sim, sim. Foi há umas duas horas atrás. O piloto deixou de responder à torre de comando e, alguns minutos depois... Isso daí que vocês estão vendo. 

Karen: 
Mas ele caiu assim? Do nada? 

Hélio: 
Como um avião cai...? Do nada. 

Policial: 
Não sei. É muito estranho mesmo. Nós estamos fazendo as averiguações e vamos ver o que podemos descobrir. 

Carlos: 
E toda essa gente? Eles vão ficar bem? 

Carlos se referia às pessoas que estavam dentro do avião, às que estavam sendo levadas pelas ambulâncias e às outras que estavam sendo atendidas ali mesmo. Então o policial disse: 
Bem... O impacto foi bem forte. Ele caiu ali na frente e veio arrastando até aqui. Alguns foram esmagados por objetos, outros foram perfurados pelos vidros do prédio da fábrica... Uma loucura. Você tinha que ver... 

Karen: 
Ai! Não... Credo. 

Sofí, que já estava encostada nas grades da fábrica, diz: 
Mas você disse que isso foi há duas horas. Isso significa que meu pai pode estar vivo. Aquela hora em que o Eliomar ligou era umas duas ou três da madrugada. 

Carlos: 
E ele disse que seu pai já tinha saído da fábrica. 

Sofí: 
Isso! Ele disse que ele tinha usado a desculpa de ir ao banheiro para sair mais cedo. 

Karen: 
Vai ver ele... 

Karen ia dizer que talvez ele tivesse desaparecido como os outros, mas parou para não deixar Sofí ainda mais apreensiva. Então o policial disse: 
Talvez ele tenha desaparecido durante a noite, assim como todos esses casos de desaparecimentos que tem passado nos jornais hoje. Vocês viram? Foram mais de 2 milhões de pessoas desaparecidas. 

Karen e Hélio estavam fazendo sinal para que o policial parasse de falar, mas ele continuou: 
Não duvido nada que o piloto dessa aeronave também desapareceu. Nós ainda não achamos o corpo dele. E, geralmente, o corpo do motorista é o primeiro que nós achamos. 

Nessa hora, Karen, Hélio e Carlos, bateram e suas testas pensando: “Racha minha cara de vergonha...” E Sofí olhou para o acidente e pensou consigo mesma: “(Tempo para reflexão) Será que isso que ele pensava aconteceu mesmo? Como que mais de 2 milhões de pessoas somem, literalmente, de uma noite para o dia? Será que ele foi levado também?”. Depois disso, outro policial chegou e disse: 
O que está acontecendo aqui? 

Carlos já tomou a frente e disse: 
Sou Carlos. Esta é Karen, aquele é o Hélio, esta é Katty e essa ali é a Sofí. O pai dela trabalha aqui e ficamos preocupados por ele não chegar a sua casa ainda. 

O policial se apresentou: 
Tenente Jefferson. Chefe de investigação da delegacia do Pontal sul. Venham comigo... Vocês podem ser uteis nesse caso. 

Então o tenente entrou em sua viatura e os garotos entraram no carro de Hélio para irem seguindo o policial até a delegacia. Pontal sul era o bairro onde a delegacia se localizava.



Bairro das Mansões (Casa de Jonas)–06h20 PM. 

Depois de ter tido aquela espécie de discussão com sua irmã, Jonas decidiu começar a agir, pois as coisas iam começar a ficar tensas a partir de agora. Ele só não sabia por onde começar, até que veio a ideia de ligar pra alguém... Mas quem? Ele, então, decidiu ligar para outras pessoas que faziam parte da mesma Igreja que ele. Ele ligou para o seu líder... E disse:
Alô! Toninho! 

Seu Antônio, líder de Jonas, disse do outro lado da linha: 
Jonas?! O que houve? Tudo certo aí? 

Jonas: 
Tudo sim. Só queria ligar pra ver como que a gente vai fazer a partir de agora... 

Antônio: 
Eu recebi uma mensagem do pastor Algusto... Falando que vai ter uma reunião amanhã de manhã lá no auditório 1. 

Jonas: 
No prédio? 

Antônio: 
Isso. As 09h00 da manhã. Ele mandou avisar a todo mundo. 

Jonas: 
Ah... Provavelmente, ele vai falar sobre o que aconteceu. 

Antônio: 
Ah, com certeza deve ser isso. 

Nessa hora, houve um pequeno tempo de silêncio dos dois no telefone e depois Jonas perguntou:
Hein, Toninho...? 
Antônio: 
Hm...? 

Jonas: 
Nós ainda temos chances... Não temos? 

Houve mais silêncio e depois Jonas completou: 
Digo... De reinarmos com nosso Senhor. Com nosso Pai amado... 

Nessa hora, Karla estava passando e ouviu Jonas dizer isso. Depois que ele disse isso, ela pensou: “Que coisa esquisita... Porque gastar tempo com isso? O que ele espera conseguir com isso? Que coisa...” E Antônio respondeu: 
Tamanha é Sua graça, Jonas... Mesmo agora, ainda temos chances. É como nosso pastor disse: “Alguns têm que ser chacoalhados para que as chamas se acendam”. Não tenha duvidas quanto a isso. Se nós formos fieis 100% agora... Com certeza chegaremos lá e ficaremos de pé, diante da Sua glória. 

Jonas: 
Amém... Pode dizer pros outros que eu estarei lá às 09h00 da manhã. Até mais... 

Antônio: 
Até... 

Alex desligou o telefone e Karla foi para o seu quarto pensar. Ela não tinha conseguido falar com seus pais até agora. Nem a Vânia atendia ao telefone. Ela tinha conseguido achar o numero de telefone da Vânia, mas de que adiantava se ela não o atendia? Ela ficava pensando consigo mesma no quarto: “Porque eles não atendem? Nem a Vânia... O que ela tem de tão especial assim pra ter sido levada, como disse o Jonas? Eu sei que meus pais eram praticamente santos! Mas ela? O que ela fazia de especial assim para ter garantido isso? Se o que o Jonas disse é verdade, eu... Mas isso é sem lógica de mais. Deus, que nunca se importou com o mundo, agora resolveu levar os que são tipo ‘superbonzinhos’? Fala sério...” Ela ficou por algum tempo meditando e pensou:“Mas será que foram aliens? E se for também? Essa também é uma teoria tão louca quanto essa teoria de Deus aí... (Pausa de segundos) Aff! Queria entender o que se passa por aqui!” E deitou, se jogando na cama.
O que ela não sabia era que Vânia já havia evangelizado muitas pessoas, pois todas às vezes que tinha alguma coisa relacionada a isso em sua Igreja, ela fazia questão de estar lá. E não só isso, ultimamente ela estava se dedicando cada dia mais à oração. Sem falar que, na semana do ocorrido, ela estava jejuando para que Jonas e Karla se acertassem com Deus. Ela conhecia os problemas da família de Jonas e, além de orar pelas coisas que ela sempre orava, ela estava orando também pela vida desses dois. Ela era uma mulher de Deus mesmo.
Nunca falou mal de ninguém, sempre se submetia ao que seu discipulador dizia, servia a todos, gerou muitos frutos que permaneceram e também buscava sempre fazer a vontade de seu Pai. Ela era uma inspiração para muitos na Igreja que ela fazia parte. Muitas de suas discípulas eram pessoas que ninguém daria nada por elas; mas Vânia as amou, ensinou e apascentou todas elas. E hoje elas estavam crescendo. Vânia fez muito mais do que muitos dos pastores de sua Igreja.



Pontal Sul (Delegacia do Bairro) – 07h10 PM. 

Lá na delegacia, o delegado fez várias perguntas aos meninos, como: “Onde você estava no momento do ocorrido?” Ou: “Como vocês ficaram sabendo que o pai de Sofia Castelli tinha sofrido um acidente?” Ou coisas do tipo. Eles explicaram para os policiais como eles ficaram sabendo que todas aquelas pessoas tinham desaparecido e explicaram como tiveram a ideia de ir ver a fábrica do pai da Sofí.
Depois do show de perguntas e respostas, eles foram liberados e foram embora para suas casas. Eles disseram para Sofí se acalmar e deixaram-na na casa de sua avó. Hélio levou Karen e Carlos de volta para suas casas e depois foi embora com Katty. (Eu acho que não disse ainda que Katty e Hélio são namorados, disse? Bom... Está dito agora!) Depois que Hélio deixou Carlos e Karen numa esquina que ficava perto para os dois chegarem a suas casas, Carlos disse: 
É... Mas que dia, hein? 

Karen: 
Pois é... Esse foi o dia mais louco que eu já tive na minha vida. 

Carlos: 
Então... Ver aquele avião todo arrebentado daquele jeito foi top. 

Karen: 
Nossa... Mas você, hein? Eu aqui falando dessas coisas estranhas que aconteceram e você falando do avião? Fala sério. 

Carlos: 
Hm... Mas fala se não estava mais loko, ficar vendo aquele avião lá. 

Karen: 
Hm... 

Os dois ficaram observando o vazio, enquanto Carlos dizia: 
Eu sei que essas coisas que aconteceram hoje também são muito estranhas, mas eu não podia deixar que coisas desse tipo tirassem meu humor. 

Karen olhou pra Carlos, que completou: 
E também... Isso está se parecendo com aqueles filmes. Aqueles de invasão do mundo. Primeiro as pessoas começam a desaparecer, depois começam a chantagear o governo para que eles façam o que eles mandam e depois começa a guerra para salvar o mundo. 

Karen: 
“Eles”? “Eles” quem? Você quer dizer... Os alienígenas? 

Carlos: 
Claro! Pensa só, Karen! Quando, na história da humanidade, ocorreu algo tão grande assim? E porque parece que ninguém está nem aí pra isso? 

Karen observou as pessoas e viu que todos continuavam passando pra lá e pra cá, como se não se importassem com o que aconteceu. Carlos continuou: 
Isso nunca aconteceu na vida real antes. Olha só... Parece até que eles estão sendo controlados. Todos fazendo o que tem que fazer, como se nada tivesse acontecido. Isso sim é estranho. 

Karen: 
Você está me deixando com medo. 

Carlos: 
Pois é... Não é? Até eu fiquei com medo agora. 

Karen: 
Exatamente! Se você parar pra pensar... Tudo isso aconteceu mesmo! E estamos aqui falando disso! Brrrr... Eu fico até arrepiada, só de pensar. 

Nessa hora, Solange, mãe de Carlos, apareceu na porta de sua casa e gritou: 
Carlos! Passa pra dentro, menino! Está na hora de menino ficar na rua mais não! Anda! 

Carlos: 
Calma ae, mãe! Já estou indo! E eu não sou mais um menino! Já tenho 18 anos, tabom? 

Karen: 
Vai lá... Nos vemos amanhã na escola, ok? Sem atraso. 

Carlos: 
Tchau... 

Carlos foi até sua mãe e disse: 
Ê, mãe... Não acha que eu já sou grandinho de mais pra senhora ficar me gritando desse jeito no meio da rua não? 

Solange: 
Ora... Eu não gritaria, se não fosse necessário. Passa logo, que daqui a pouco a janta vai ficar pronta. 

Carlos entrou, tomou um banho e foi jantar. Durante a janta, Carlos contou para sua mãe o acidente que viu e onde eles estavam poucos minutos atrás. Solange ficou preocupada com o que seu filho estava fazendo na delegacia, mas Carlos disse que estava tudo bem. Depois disse a mãe os detalhes sobre o possível desaparecimento do pai de Sofí e desse caso de desaparecimentos. Carlos disse: 
A senhora notou que, em todos os lugares onde houve um acidente, também se ouve falar que alguém desapareceu? 

Solange: 
É mesmo, menino... Agora que você falou... 

Carlos: 
Pois é... Eu acho que esses acidentes só aconteceram por causa desses desaparecimentos. 

Solange: 
Como assim? Eu acho que você está é imaginando coisa. 

Carlos: 
Não, mãe... Pensa só: E se, durante uma viagem de ônibus, o motorista do ônibus desaparecesse de repente? O que aconteceria? Um acidente! 

Solange: 
Mas como que um motorista iria sumir assim, meu filho? 

Carlos: 
Do mesmo jeito que mais de 2 milhões de pessoas sumiram em apenas uma noite. Pensa!
Então, depois de muito suspense durante a janta, eles foram dormir e depois veio o dia seguinte.


Tudo ainda parecia calmo naquela cidade. Aliás... No mundo todo, tudo ainda parecia estar muito calmo até. Eles é que não sabiam das mudanças que ocorreriam a partir daquele único acontecimento. Pois uma parte importante da população foi retirada da terra. E era justamente essa parte que impedia que o abominável da desolação se revelasse para o mundo. E o que estava prestes a acontecer era justamente isso. E não ia demorar muito... 









Continua... 









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