27 de março de 2013

Capítulo 006 - A Noiva, A Séptica e O Servo.

Capítulo 006 
O Fôlego que se Toma Antes do Mergulho 


Alto da Glória (Região Sudoeste) – 04h00 PM. 

Ao ouvir aquelas mensagens que Eliomar, chefe de seu pai, havia deixado no telefone da casa dela, Sofí já se lembrou de uma conversa que teve com seu pai. 

Alguns Dias Antes 

Nesse dia, Sofí tinha acabado de chegar da escola, à tarde, e encontrou seu pai acabando de orar, coisa que ele sempre faz antes de ir trabalhar. O pai dela trabalha como controlador de carga e descarga numa fábrica, nos limites da cidade. Nesse dia, Sofí havia acabado de chegar da escola e disse: 
Oi pai... Tudo bem?
Ele a cumprimentou com um beijo no rosto e ela retribuiu. Desde que o pai dela tinha largado a bebida e tinha entrado pra Igreja, ele estava muito envolvido com as coisas que eles, a Igreja, faziam. Sofí não se importava de ajudá-los quando podia, pois gostava de fazer o bem sem olhar a quem. Entretanto, Sofí não gostava muito de ir para as reuniões da Igreja de seu pai. Ela ia mesmo só para acompanhá-lo e assistia as reuniões de célula, pois elas aconteciam no apartamento deles. Mas, sempre que podia, ela dava uma escapadinha, pois achava as reuniões todas chatas.
Um monte de adultos falando de coisas sem graça... Uma chatice.
Dizia ela para Carlos e os outros. Mas, no dia em questão, depois de cumprimentar seu pai, ele lhe disse:
Tudo sim filha...
Ela reparou que ele só falou isso por falar mesmo e perguntou:
Tem certeza? O senhor parece meio estranho.
Fábio:
Tenho sim.
Sofí:
Não tem não. Vamos... Conte-me tudo que está te afligindo, sim?
Fábio:
Bem, é que eu... Tenho me sentido tão estranho ultimamente. É como se algo muito grande estivesse para acontecer, sabe?
Sofí:
Quer dizer... Tipo o arrebatamento?
Fábio:
Sim. Sim, isso mesmo. Eu fico sentindo algo em meu coração e... Eu não consigo explicar. Algo que me diz para eu me preparar e para que eu me separe mais.
Sofí:
Bom... Se o senhor está sentindo isso, então... Faça. É melhor prevenir do que remediar, não é mesmo?
Fábio ficou calado um tempo e Sofí disse:
Bom, agora deixa eu me arrumar, porque hoje eu vou à casa da minha avó perguntar se posso dormir na casa dela no dia do aniversário do Guto.
Fábio:
Que dia que é o aniversário do Guto?
Sofí:
Daqui sete dias. Não está lembrado?
Fábio:
Hm... Acho que não vou poder ir. Você leva o presente dele por mim?
Sofí:
Claro que não pode, não é pai? O senhor vai trabalhar... É o que tem sempre feito. Só Igreja, trabalho, casa... Mais nada. Mas pode deixar... Eu levo o presente sim. 

Alguns Dias Depois

Então, depois de se lembrar disso, Sofí disse para Karen:
Ele já estava sentindo isso... Ele sabia que algo ia acontecer.
Carlos:
O que? O que você falou Sofí?
Sofí:
Vamos até o serviço dele!
Hélio:
O que? Eu sei onde seu pai trabalha. É perto da BR e tem barreira policial lá.
Sofí:
Eu sei, mas eu tenho que ver se meu pai está bem.
Hélio:
Você está doida? Eu é que não vou lá!
Carlos:
Então pode deixar... Eu dirijo.
Hélio:
Não! Você não vai bater o meu carro de novo, igual você fez daquela vez não. Pode deixar... Eu levo vocês. Mas se os Ômi pegar a gente... Estamos f*****. Já sabe, não é?
Sofí:
Tudo bem. Eu conheço um menino que é gamado em mim e o pai dele é delegado aqui na cidade. Talvez ele possa ajudar a gente, caso isso aconteça.
Hélio:
É bom que possa mesmo.
Carlos:
Olha a Sofí... Tem até um fã.
Karen:
Para com isso! Não está vendo que ela já está mal e você ainda fica falando isso?!
Carlos:
O que foi? Eu só estava brincando... Eu, hein...


Quintal da Casa de Jonas – 04h12 PM. 

Depois de ouvir Jonas dizer que ela teria que aceitar Jesus em sua vida primeiro, Karla ficou sem saber o que dizer. Jonas, então, disse:
E então? É simples... Basta dizer que aceita. Você aceita?
Porém, o que nem Jonas e nem ninguém de sua família sabia era que Karla era ateísta... Ela não acreditava que Deus existia. Ela não tinha contado a ninguém ainda, por morar numa família em que todos criam que Deus existia. Mas, nesse momento, ela se encontrou diante de um impasse em sua vida. Como discordar de algo que ela tinha certeza? (Se você for ateu, não precisa levar a sério todo este texto. Estou apenas criando uma situação fictícia.) Então, ao ver que Karla não respondia nada, Jonas disse:
E então, Karla? O que me diz?
Karla:
Ahh... Jonas... Tenho que te dizer uma coisa: (Breve silêncio) Eu... Eu... Não posso acreditar que algo assim exista. Você não vê que é bom de mais pra ser verdade, que um Deus tão poderoso assim – e invisível – exista? Você não vê que, quando vocês estão... Orando, ou rezando, ou seja lá o que for...! Você não vê que, ao fazerem isso, vocês apenas estão falando sozinhos? Isso que vocês creem é... É sem lógica. Se existe um Deus, porque que Ele deixaria o mundo chegar aonde chegou? Se vocês dizem que Ele é tão bom assim, porque Ele não faz nada pra ajudar quem precisa de verdade?
Jonas:
Karla. Para! Observa os fatos. Você está vendo o que está acontecendo. Todos estão desaparecendo! Vai me dizer que você acha que isso que aconteceu, na verdade, foram os alienígenas que... Que... Invadiram o mundo, estão entre nós e abduziram todos... É isso?
Karla:
Claro que não! Mas o que te faz pensar que isso, ao invés de ser alienígenas, é o seu Deus? Do mesmo jeito que pode ter sido isso aí que você falou, também pode muito bem ter sido os aliens que invadiram o mundo! E aí?
Jonas observou Karla durante algum tempo e, indignado, disse:
Porque você não consegue ver o que está bem diante dos seus olhos? Esta é sua melhor oportunidade de ser salva do que está por vir e você está aí falando coisas sem sentido...?
Karla:
O que está por vir, Jonas? Você nem sabe o que foi isso que aconteceu e fica aí falando!
Jonas:
Eu sei sim! ELES FORAM LEVADOS PARA PERTO-...
Karla o interrompe, dizendo:
Tabom, Jonas! Tabom! Eu só queria saber onde estão nossos pais e você me vem com essa história de religião. Faça-me um favor...
Como os dois estavam agachados, Karla se levanta e vai saindo, quando Jonas se levanta, coloca-se na frente dela, segura os ombros dela e diz:
Então essa é a última coisa que eu vou te falar:
Primeiro: Em nenhum momento eu falei de religião aqui.
Karla ia pra falar alguma coisa, mas Jonas interrompeu, dizendo:
Segundo! Eu não iria ficar chorando aqui no meio do quintal por algo, se eu não estivesse sentindo aqui no meu peito uma certeza inegável do que vai acontecer de agora pra frente...
E Terceiro... Não se esqueça de que você ainda tem chance. Se, por algum acaso, você quiser voltar atrás...

Karla diz, enquanto tenta se soltar dele:
Não, Jonas! Por favor!
Jonas:
Escuta! Se você quiser voltar atrás... (Apontando o dedo pra cima) Ele vai te receber de braços abertos, com um sorriso no rosto e com um abraço bem apertado. Ele não vai te julgar.
Depois de observá-lo por mais alguns segundos, Karla ia saindo, quando Jonas completou:
Mas isso...! Somente num prazo de sete anos. Porque depois disso... Já era.


Enquanto isso, Alex caminhava em direção ao local que Jesus disse que era pra ele ir. Alex foi caminhando e vendo tudo aquilo que estava acontecendo com ele... Ele estava bastante diferente, em sua aparência e seu entendimento das coisas divinas havia tomado outro rumo. Antes ele já via as coisas de uma maneira muito grandiosa e bonita. Agora, porém, ele via as coisas com o entendimento total das coisas. Sem falar que aquela luz não o incomodava mais, mesmo sendo tão ofuscante como era.
Alex foi caminhando e então olhou para sua pedrinha, cujo novo nome fora escrito a pouco e pensou: “Esse é meu novo nome... E ninguém mais o conhece... Apenas eu. As pessoas ainda vão poder me chamar de Alex, porém, somente eu saberei que tenho, na verdade, outro nome. Um dia, se isso for possível, alguém vai chegar a mim e dirá: ‘Então quer dizer que Alex não é seu verdadeiro nome’? E eu direi: ‘Sim. Na verdade, meu nome verdadeiro, ninguém conhece... Apenas Deus’. E o outro dirá: ‘Nossa... Isso é incrível’! E eu direi: ‘Mas não diga isso a ninguém. Pois, mesmo que queiram saber, não saberão’. E então voltarei para o lugar onde os reis ficam. Isso vai ser interessante”...
Então, depois de caminhar durante um longo tempo, Alex chegou a um lugar onde havia Anjos distribuindo folhas de palmeira para todos os que passassem por ali. Um Anjo entregou uma folha para Alex, que a pegou. O Anjo disse:
Qual é o seu nome?
Alex:
Eu ganhei um novo nome.
O Anjo:
Oh, sim... Mas você não deve me dizer este, deve me dizer o outro. O que você usava quando estava no mundo.
Alex:
Ah, sim... Alex de Oliveira Pacheco.
O Anjo:
Certo. Deixe-me ver...
Então o Anjo abriu uma porta que estava invisível bem ao seu lado. Alex viu aquilo e ficou surpreso por não perceber aquela porta ali. Então o Anjo procurou por algo lá dentro daquilo que parecia ser um armário e depois tirou uma roupa de lá de dentro. Ele olhou bem para a roupa e a entregou para Alex, dizendo:
Tome... São suas vestes nupciais. Certo?
Alex:
Ok...
E o Anjo concluiu:
Agora continue. Você já esta quase chegando. Por ali...
Era a mesma direção a qual Alex já estava indo. Então ele foi caminhando e foi observando aquela roupa que o Anjo havia lhe dado. Era muito bonita e toda enfeitada com pedras preciosas, como: diamantes, esmeraldas, rubis, ametistas, jaspe, sardônio, era feita de um linho finíssimo e brilhava como o Edward, do filme “Crepúsculo”. Então Alex vestiu essa roupa por cima da roupa que já estava usando e esta serviu como um colete, por cima da outra. Depois ele continuou caminhando até que percebeu que havia algo parecido com duas colunas bem grandes, à frente. Ele, porém, não conseguia ver direito o topo por causa do brilho daquela luz intensa. Ele continuou indo em direção às colunas e viu que, na verdade, eram duas pernas. Ali, havia sons de vozes e trovões, juntamente com relâmpagos que iam em direção ao céu. Então Alex chegou à sombra da pessoa que estava de pé à sua frente e viu que era ninguém mais, ninguém menos, que o próprio Jesus.Só que, dessa vez, Ele estava gigante e estava de pé diante de um trono maior ainda.
Nessa hora, Alex percebeu que os sons de vozes e trovões, e os relâmpagos vinham do trono e iam em direção ao céu.Jesus estava de pé, virado para a multidão que se aproximava. Consequentemente, o trono estava atrás d’Ele. Entre Ele e o trono havia um altar de ouro, e uma chama poderosa ardia em cima do altar. Alex, então, reparou que havia alguém sentado no trono – alguém que se parecia humano. O rosto d’Ele brilhava como as pedras de jaspe e sardônio.
Também havia um arco-íris, fulgurante como uma esmeralda, ao redor do trono. Além disso, ao redor do trono, na parte de trás, havia 24 outros tronos, com 24 anciãos sentados neles. Os anciãos estavam todos vestidos de branco, tinham coroas de ouro sobre suas cabeças e tinham taças de ouro em uma mão e uma harpa dourada na outra mão. Também, nos quatro lados do trono principal, havia quatro seres estranhos. Eles tinham vários olhos, na parte da frente e na parte de trás da cabeça. Um desses seres se parecia com um leão, o outro parecia um boi, o outro tinha rosto humano e o outro se parecia com uma águia quando está voando. Cada um desses seres tinham seis asas, três de cada lado. Eles também tinham olhos na parte de dentro das asas. Quando Alex chegou, esses seres disseram ao mesmo tempo:
Santo! Santo! Santo, é o Senhor Deus, Todo-Poderoso... Que era, que é, e que virá.
E, quando eles disseram isso, os 24 anciãos que estavam assentados nos tronos se levantaram, colocaram suas coroas no chão, prostrando-se ao redor do que estava assentado no trono do meio e adoraram-no, dizendo:
Ó Senhor, nosso Deus. Só o Senhor é digno de receber toda a glória, a honra e o poder... Porque o Senhor criou todas as coisas. Elas foram criadas e chamadas à existência por um ato da Sua vontade.
Na mesma hora, Alex já sabia do que se tratava aquela cena toda, por isso pensou: “Como eu disse antes... Isso é mesmo impressionante”. Então Alex olhou para a multidão e viu que eles iam até ficarem bem próximos de onde Jesus estava. Ele, então, decidiu ir pra mais próximo do lugar onde Jesus estava e, enquanto se aproximava, percebeu que havia algo se mexendo em seus pés. Quando Alex olhou para baixo, viu que ele estava andando sobre um mar. Um mar que era tão transparente, que parecia cristal. Ale levantou seus pés e viu que eles estavam pegando fogo. Detalhe: O fogo era um azul bem claro e era quentinho como qualquer fogo.
Era como se os pés dele estivessem cobertos por um óleo e, por causa disso, estivesse pegando fogo. Mas só estava pegando fogo porque o próprio mar era de fogo. As águas molhavam os pés de Alex e o lugar onde elas molhavam ficava pegando fogo. Alex viu aquilo e pensou: “Que legal... É quentinho.” Então ele reparou que esse mar era todo o chão daquele lugar. Depois Alex continuou andando por entre a multidão e foi percebendo que as pessoas estavam balançando suas folhas de palmeiras que haviam ganhado dos Anjos e estavam gritando:
- Eu fui comprado! Justificado!
- A minha vida já foi paga lá na cruz!
- No meu passado, está tudo pago!
- Foi apagado pelo meu Senhor!
- Todo mundo pulando, pulando, pulando, pulando!
- Na presença de Deus!

Era muita gente, que tinha ali. Parecia com aqueles shows aonde vão quase um milhão de pessoas, pois ali também havia muito mais do que milhões. Devia ter, pelo menos, 1 trilhão de pessoas, pois havia gente que viveu tempos atrás também. Alex foi andando no meio daquela multidão, observando a felicidade das pessoas, observando a felicidade de Jesus, observando a multidão de Anjos que também rodeavam o trono... E então ele começou a pensar: “Olha só... Eles têm toda razão de estarem felizes assim. Não precisarão sofrer por toda a eternidade no fogo eterno e ainda por cima, viverão com Deus. E Ele mesmo será seu Pai, seu companheiro, seu amado... Seu amigo íntimo. Eles O chamarão de Mestre e Senhor, e Ele os chamará de meus filhos amados”.
Diante disso, Alex não aguentou e começou a comemorar Sua vitória também. Ele pulava, gritava de alegria e sacudia a folha de palmeira de maneira muito intensa. Tudo aquilo que estava acontecendo ali, tudo aquilo que ele estava presenciando até agora, era tudo o que ele sempre pediu pra Deus, literalmente falando. Ele estava vivendo o começo de eternidade mais feliz de sua vida!
Mas então, Jesus, que estava ligeiramente inclinado para admirar a felicidade de Seu povo, se endireitou para abrir o selo de um rolo de pergaminho que Ele tinha em mãos. Ele ergueu o pergaminho para o céu e, quando Ele quebrou o selo do pergaminho, todos se calaram... “E houve silêncio no céu por, aproximadamente, meia hora”, em sinal de luto... Pelo que já estava começando.
(Puxa... As coisas estão ficando complicadas de se imaginar, não acha? Bom... Mais uma vez, eu digo: Apenas guarde o que foi dito aqui e lembre-se disso na hora certa).


Pois é... Enquanto uns estão vivendo momentos tão felizes quanto os que Alex está vivendo agora, outros finalmente começarão a ver uma pequena porção do que terão que viver ainda. Pois, para Jonas e Carlos, agora que a verdadeira face desses novos tempos que estão por vir será mostrada. Continue acompanhando... Espero que esta estória esteja acrescentando algo à sua vida. Até a próxima.








Continua... 









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