Fim dos Tempos
Capitulo 26
“Principado: Começo,
origem / A primeira pessoa ou coisa
numa série, o líder / Aquilo pelo
qual algo começa a ser, a origem, a
causa ativa / O primeiro lugar, reinado,
magistrado (de anjos e demônios).”
Naquela noite, André e seus amigos fizeram uma
vigília. Sabe... Uma coisa que devo te lembrar, é que o mundo estava um
verdadeiro caos. Como você acha que era à noite desses cristãos ali no meio da
destruição eminente? Eles não conseguiam dormir direito. Naquela noite, durante
a vigília, eles foram “reabastecidos”
de uma maneira que nunca tinham sido antes. Eles sentiram coisas que nunca sentiram
antes ali... Era necessário que fosse assim. Uma das únicas coisas de que André
lembrava sobre aquela noite era a de ouvir o som da cidade enlouquecida ao
fundo, logo após o término da vigília. O som era triste. Sons de sirenes, batidas
e freadas de carros, gritos de pessoas sofrendo, sons de explosões ao fundo...
Tudo isso só era amenizado pelo que eles tinham acabado de sentir durante a
vigília. Mas eles tiveram que parar, pois alguns ali não dormiam já havia uns
cinco dias, direto! E um desses era André. Ele estava muito cansado, pois
sempre passava períodos de vários dias sem dormir. Uma das meninas do grupo,
Karina, chegou até ele e disse:
André...
Você não acha que deveria dormir agora, não? Já faz mais de três dias que você
não dorme.
André:
Cinco, na
verdade.
Karina:
Olha aí...
Você não vai aguentar caminhar conosco se você não dormir. Vai descansar.
André não queria admitir, mas dessa vez
resolveu atender ao pedido da amiga. Ele se deitou no colo dela e acabou
pegando no sono ali mesmo. Eles estavam em um dos andares mais altos de um
estacionamento que foi abandonado devido a uma ordem do homem em particular que
disse para evacuarem aquela área. Todos os moradores tiveram que ir para as
áreas próximas. Hoje, ali abrigava somente os mendigos e alguns cristãos que
estavam se escondendo ali. Lá de cima era possível ver as luzes dos lugares em
chamas, era possível ver a fumaça subindo em vários pontos da cidade... Tudo um
caos. E também, depois de passarem quase cinco meses juntos o tempo todo, todos
ali já se conheciam e, mais do que isso, tinham uma intimidade de irmãos mesmo.
Quando à noite chegava, eles se juntavam em um canto e dormiam encostados uns
nos outros. A sobrevivência ali estava muito difícil.
Mas, naquela noite, André teve um sonho. Ele
sonhou que estava fugindo para fora da cidade com seus amigos, quando, de
repente, uma luz muito forte começou a brilhar no céu. Era como a luz do sol
quando está prestes a aparecer no horizonte. André viu aquilo e ficou
maravilhado por causa da luz. Ele e seus amigos pararam e ficaram observando
enquanto a luz brilhava cada vez mais, até que surgiu a origem da luz: Uma
cidade flutuante. Era uma cidade enorme que flutuava na altura das nuvens.
Devia ter quilômetros de extensão. Ela vinha se aproximando lentamente do lugar
onde André estava. A luz dela era muito linda e trazia uma paz inexplicável,
mesmo em meio a toda aquela destruição que estava acontecendo. Mas, depois,
André percebeu que a luz, na verdade, vinha de dentro da cidade. Não era a
cidade em si que emitia luz, mas algo que estava dentro da cidade. Então André
ouviu alguém dizendo a ele:
Espere só
mais um pouco, meu filho. Já estou chegando.
E André respondeu:
Vem logo,
Pai. Estou Te esperando aqui.
Então ele acordou com Karina chamando o nome
dele. Ele abriu os olhos e viu o brilho do sol no horizonte, pois já era manhã.
Karina perguntou se ele dormiu bem, o que fez com que ele percebesse que ainda
estava deitado no colo dela. Ele se levantou e viu que os outros ainda estavam
dormindo também. Apenas ele, Karina e o doutor Carlos tinham se levantado.
Carlos estava de pé, encostado em uma pilastra, observando e se aquecendo com o
calor do sol. Na noite passada André tinha conseguido tirar as pessoas que
estavam dentro daquele carro que tinha batido naquele poste, que vimos
acontecer no capítulo anterior. Depois que o demônio fugiu tremendo de medo,
André os tirou de lá. Era um pai com sua filhinha pequena. O pai tinha batido o
nariz no volante do carro e a menina estava com muito medo do que tinha
acontecido. André os tirou dali, curou os ferimentos deles e falou para eles
sobre o Deus de amor ao Qual ele servia. O homem decidiu segui-los nessa
empreitada e, além disso, acabou ajudando-os com mantimentos.
Mas então... Odeio ter que dizer isso, mas... Depois
daqueles dias de sofrimentos, sem que haja nenhuma morte sequer, haverá outro
som no céu. É isso mesmo. Não pense que acabou toda a dor e sofrimento que as
pessoas deverão sentir e passar. Não... Depois daqueles dias virá ainda o som
da sexta trombeta, que ecoará nos
céus do mundo inteiro, e todos saberão que, aquele som não representa coisa
boa. Todos o ouvirão e lamentarão o fato de ainda estarem vivos. Você se lembra
daquele Anjo que tinha observado a morte do homem em particular lá no vaticano,
no começo da história? Nessa hora, ele estava invisível no pico de um prédio em
algum lugar do mundo. Quando ele ouviu a sexta
trombeta tocando, comentou consigo mesmo:
Este “ai”,
o primeiro, passou; eis que depois disso ainda vêm dois “ais”...
E
enquanto isso, no céu, todos os santos que foram levados para lá estavam observando
tudo que acontecia na Terra. Então uma ordem foi dada ao anjo que tocou a
trombeta:
Solte
os quatro anjos... Aqueles acorrentados junto ao grande rio Eufrates.
Então o
anjo que tocou a trombeta foi até os outros anjos citados. Ele saiu voando e
chegou ao rio Eufrates. Ali nas margens havia uma grande quantidade de anjos
circundando uma grande área negra, parecida com uma nuvem negra, como se
estivessem vigiando algo. O anjo da trombeta chegou voando e pousou. O
comandante daqueles anjos que já estavam ali o saudou com um movimento de
cabeça e, mesmo sem dizer uma palavra sequer, já sabiam do que se tratava. O
comandante deu espaço para ele passar e fez sinal para que todos se afastassem.
Todos os anjos que estavam ali ficaram em formação logo atrás de seu comandante
enquanto o anjo da trombeta se aproximava do local. Havia uma rachadura no ar,
bem a sua frente. Ele se aproximou, colocou a chave na rachadura e, depois de
girá-la, mais rachaduras surgem e vão aumentando de quantidade, até formarem
uma esfera arroxeada.
Então
essa esfera se despedaçou, deixando os pedaços caírem ao chão. Havia quatro
demônios enormes presos por correntes ali dentro. Eles eram tão grandes quanto
o anjo que foi encontrado na Terra e que estava andando com o homem em
particular. Esses anjos, ainda hoje, estão acorrentados junto ao rio Eufrates,
pois eles serão soltos apenas naquele tempo. Eu acho que você já deve ter
ouvido falar dos “titãs”, ou dos “leviatãs”, “o cracken”, ou “poutergaists”,
não ouviu? A Bíblia diz que esses anjos citados são os que tinham relações
sexuais com mulheres no tempo da torre de Babel construída por Ninrode. Por
isso que dizem que existiam gigantes no passado. Esses parecem ser os demônios
mais temíveis para as pessoas, pelo simples fato de estarem presos até o dia de
hoje. Mas eu quero dizer que, naqueles dias, nos últimos dias da humanidade, no
fim dos tempos, eles serão soltos.
Imagine:
Eles estavam presos por correntes invisíveis. Eles estavam sentados de costas
um para o outro. Quando eles abrem os olhos e veem que, finalmente, aquela
escuridão, à qual estavam condenados a permanecer, tinha se esvaído e a prisão
tinha se desfeito, eles tentam se levantar, mas o brilho da corrente surge e
impede que eles completem o movimento que fariam. Eles ficam se debatendo
tentando se soltar. O anjo da trombeta repara em um deles quando faz um
movimento de braço para tentar se soltar, mas a corrente o segura. O gigante
continua fazendo força para tentar levantar o braço a ponto de o anjo pensar:
“Mas que força... E que correntes...” Os outros anjos que estavam ali como
vigias ainda permaneciam em posição de atenção, mas o anjo da trombeta disse:
Está tudo bem. Podem ir. Eu vou
libertá-los.
Os
outros confirmam e saem voando com o sentimento de missão cumprida. O anjo da
trombeta voa até a altura do cadeado que prendia aqueles monstros e diz:
Silêncio!
Os
demônios, que estavam se debatendo para tentar se soltar, param de repente e
olham para o pequeno anjo que está voando perto deles. O anjo da trombeta diz:
Fiquem quietos! Vou soltar vocês.
(Vamos dizer que os nomes desses demônios são
aqueles citados agora apouco. Assim, a identificação e diferenciação ficarão
mais fáceis.) Um dos demônios, chamado Titã, diz com uma voz de monstro
gigante:
Não brinque conosco só porque estamos
presos.
O anjo:
Não estou brincando.
Outro
demônio, chamado Cracken, diz:
Você sabe o que acontecerá se formos
soltos? Você tem ideia da gravidade do que você está falando?
O anjo:
Eu recebi ordens para soltar vocês e é o
que vou fazer. Vocês poderão fazer o que quiserem...
Titã:
Há muito tempo esperávamos por isso.
O anjo:
Mas apenas à um terço dos homens vivos!
Isso é tudo.
Então
ele soltou os quatro anjos, aqueles preparados para a hora, e dia, e mês, e
ano, para que eles matem a terça parte dos homens. Quando eles viram as
correntes caírem ao chão, gritaram:
Livres!!!
“(Judas 1:6) E, os anjos
que não guardaram seu principado, mas,
ao invés disto, deixaram a sua
habitação, Deus os tem guardado
debaixo de escuridão e em correntes eternas, para o juízo do Grande Dia;”
Continua...