26 de fevereiro de 2015

O Homem Deus (Baseado em Fatos Reais)

O Homem Deus


Era domingo, muito de madrugada. Em frente a um sepulcro que ficava em uma área não muito afastada da cidade, estavam alguns soldados romanos que o vigiavam. Eles estavam meio sonolentos por estarem já há mais de 24 horas vigiando a entrada do sepulcro. Não muito longe dali, Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago, com Salomé e algumas outras mulheres com elas, haviam comprado, no dia anterior, aromas para que elas fossem e untassem o corpo de seu Mestre. Era o sepulcro d’Ele que os soldados romanos estavam vigiando. E, naquela manhã, elas vieram ao sepulcro, carregando as especiarias que prepararam. No caminho, diziam entre si:
- Quem rolará para nós a pedra da entrada do sepulcro?
Mas, enquanto elas caminhavam, eis que houve um grande tremor de terra, porque um anjo do Senhor desceu do céu e pousou violentamente ali em frente ao sepulcro. Seu nome era Gabriel. Ele estava acompanhado de outros três anjos. Dois com aparência de jovens de idade entre 16 e 18 anos e um terceiro com aparência de um menino de 13 a 15 anos de idade. O impacto que eles causaram no chão foi tão violento que assustou os soldados e fez o chão tremer. Quando os soldados olharam e viram-nos levantando lentamente, temeram sobremaneira. Seus corpos estavam como que em chamas douradas e, no lugar onde eles pousaram havia ficado uma mancha de queimado. Então, diante suas aparências, especialmente a de Gabriel, alguns dos soldados fugiram e outros caíram no chão, desmaiados e ficaram como mortos. E havendo eles chegado, Timmy, o menorzinho disse admirando toda a vegetação, as pedras, os soldados e até mesmo a rocha da entrada do sepulcro:
- Nossa! Então é aqui que Ele está?
Gabriel se aproximava, enquanto os outros dois jovens também admiravam as coisas ao redor e se afastavam despercebidos.
- Sim. É aí dentro. – Disse Gabriel, inspirado.
- Ahh... Posso abrir? – Perguntou Timmy. Ele devia ter um metro e meio de altura e seus olhos irradiavam pureza e felicidade. Sem falar que todo seu corpo emanava a glória de Deus como se fosse uma fumaça dourada e brilhante. Gabriel respondeu:
- Pode sim.
Timmy, então, rolou a pedra da porta como uma criança que brinca com sua enorme “bola de leite” e entrou correndo no sepulcro. Seu Mestre havia terminado de enrolar um lenço e o colocava a parte, num lugar, quando Timmy entrou e disse:
- Mestre!
Ao perceber o que Ele estava fazendo, Timmy disse com um pouco mais de temor:
- Senhor...
E ajoelhou-se a adorá-lO. Seu Mestre olhou para trás e viu-o ajoelhado com o rosto ao chão.
- Timmy! Você também veio?
- Senhor! Não poderia deixar de presenciar esse momento de maneira nenhuma. – Disse enquanto se levantava. Seu Senhor passou por ele acariciando sua cabeça e cumprimentou Gabriel, que estava do lado de fora:
- Gabriel...
- Senhor... – Disse Gabriel ajoelhando-se.
- Pode se levantar.
Seu Senhor percebeu os soldados ali desmaiados e perguntou:
- O que aconteceu com os outros?
- Eles fugiram de medo, Senhor.
- Eles saíram correndo e gritando: “Ahh!!! Fantasma!!! Fantasma!!!” Foi muito engraçado. – Timmy os imitou muito bem, enquanto narrava o acontecido. Seu Mestre deu uma gostosa risada e disse:
- Você os imitou muito bem, Timmy.
Então Ele se virou para Gabriel e perguntou:
- Vieram apenas vocês dois?
Nessa hora, os dois jovens que tinham se afastado disseram ao mesmo tempo:
- Estamos aqui, Senhor. – Os dois estavam ajoelhados com o rosto abaixado também.
- Ah... Você trouxe os irmãos Mathetes. Muito boa escolha...
- Deviam estar colhendo flores. – Disse Timmy.
- Deixe-os. – Disse o Mestre, com um sorriso no rosto – Eu gostaria que fizessem algo para Mim, caso alguém chegue. – Então Ele deu instrução sobre o que deveriam dizer e foi se afastando do local. Os quatro anjos ficaram observando até Ele sumir no meio das arvores. Depois Calebe, um dos irmãos Mathetes disse:
- Bom... Nós vamos voltar a observar por aqui.
- Não se afastem muito. – Disse Gabriel, enquanto subia na pedra da entrada do sepulcro para se sentar sobre ela.
- Isso é demais! – Disse Timmy, enquanto corria para dentro do sepulcro.
- O que é demais? – Perguntou Gabriel, pegando do fruto de uma figueira que estava ali perto.
- Em pensar que nosso Mestre se transformou em um deles desse jeito. Isso é quase inconcebível!
Timmy se ajoelhou próximo à parede de dentro do sepulcro e ficou pensando nas inúmeras aplicações para o que seu Mestre havia feito. Então, quando as mulheres que vinham com suas especiarias chegaram correndo, acharam a pedra rolada para longe do sepulcro e viram Gabriel assentado sobre ela. O aspecto dele era como de um relâmpago e a sua roupa exterior era branca como a neve. Elas ficaram muito atemorizadas devido à aparência do anjo e, por isso, tremiam de medo por dentro, mas Gabriel disse às mulheres:
- Não temam...
Nessa hora, elas perceberam que o anjo falava. Ele falou conosco?!
- Eu sei que vocês buscam a Jesus, Aquele crucificado. – Disse Gabriel.
As mulheres estavam paralisadas de medo. Como ele sabe? Ele lê pensamentos? Era o que Maria pensava.
E aconteceu que, ao estarem perplexas a esse respeito, eis que os dois irmãos Mathetes, postaram-se junto a elas. Elas perceberam que eles também usavam vestes resplandecentes e, por isso, ficaram muito atemorizadas e inclinaram os seus rostos para o chão.
- Por que buscam, entre os mortos, Aquele que está vivo? – Perguntou Calebe, um dos irmãos Mathetes.
Apenas neste momento que elas foram perceber que eles estavam falando de seu Mestre.
- O que?! Vocês se referem ao Mestre? Ele está o quê? – Perguntou Maria Madalena, sem entender direito.
- Ele não está aqui, mas foi ressuscitado. – Disse Josh, o segundo dos irmãos Mathetes. Nisso, Calebe completou:
- Vocês não se lembram de como Ele falou enquanto ainda estava na Galileia? Ele disse: 'É necessário ao Filho do homem ser entregue nas mãos de homens pecadores e ser crucificado... E, ao terceiro dia, ressuscitar'.
E elas lembraram-se das palavras d’Ele.
- É verdade – Disse Gabriel – Ele não está aqui, porque já foi ressuscitado, como disse. Venham, vejam vocês mesmas o lugar onde o Senhor jazia.
Então elas ficaram observando sem entender. Elas olharam e viram a pedra rolada para longe, mesmo sendo ela muito grande. Maria Madalena, então, decidiu ir caminhando com cuidado até o sepulcro para olhar dentro. As outras, vendo isso, seguiram-na. E elas, havendo entrado para o sepulcro, não acharam o corpo do Senhor Jesus. Viram apenas Timmy assentando à direita, estando ele vestido de uma roupa comprida, branca, que emanava glória como uma névoa dourada. Então elas ficaram espantadas.
- Não se assustem. – Disse ele – Vocês buscam Jesus, o nazareno. Aquele crucificado?
Elas não disseram nenhuma palavra, apenas balançaram a cabeça confirmando o que Timmy suspeitava.
- Ele já foi ressuscitado – Disse ele – não está aqui. Veja o lugar onde O puseram!
Elas olharam para o lugar onde O haviam colocado e viram que estava vazio.
- Mas vão e digam aos discípulos d’Ele, e a Pedro, que Ele vai adiante de vocês para a Galileia: ali vocês O verão como Ele disse.
Então elas iam saindo totalmente atordoadas com aquele acontecimento, quando Gabriel perguntou:
- Viram? Depois que vocês forem, digam aos discípulos que Ele já foi ressuscitado dos mortos. E Ele vai adiante de vocês para a Galileia... Vocês o verão ali. Pronto. Já disse.
E, havendo saído apressadamente de junto do sepulcro, com temor e grande alegria e assombro que as possuíam, correram a anunciar isto aos discípulos d’Ele. E elas fugiram para longe do sepulcro e não disseram nada a ninguém, porque temiam. E, indo elas a anunciar isto aos discípulos d’Ele, Maria Madalena viu alguém na estrada que cruzava com a estrada por onde elas estavam passando.
- Espere um pouco! – Disse ela, enquanto parava e se virava para trás. – Eu acho que...
Elas pararam e ficaram observando quando Jesus lhes saiu ao encontro. As outras ficaram sem entender e pensavam: Mas o que ela está fazendo? Temos que contar logo o que vimos! Então elas perceberam que Maria Madalena tinha parado porque tinha visto Aquele homem que estava vindo da estrada que cruzava com a que elas estavam. Vendo que elas estavam espantadas, seu Mestre diz a elas:
- Alegrem-se!
Então elas O reconheceram e, chegando-se a Ele, seguraram-no os pés e O adoraram. Então Jesus lhes disse:
- Não temam... Vão, digam a Meus irmãos que vão à Galileia. E lá vocês Me verão...
Então elas foram e anunciaram todas estas coisas aos onze e a todos os demais, os quais estavam sofrendo pela morte d’Ele e chorando. E eles, ouvido delas que Ele vive e que foi visto por elas, descreram. Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, Joana, Salomé e as outras mulheres, eram quem diziam estas coisas aos apóstolos. As palavras delas pareceram desvario para eles e, por isso, não acreditaram nelas. Mas Pedro, havendo-se levantado, correu ao sepulcro junto com João. Os dois corriam juntos, mas João foi mais rápido. Ele correu adiante de Pedro e chegou primeiro ao sepulcro.
Quando ele chegou ali, os anjos já não estavam mais lá. Então João encostou-se à entrada do sepulcro e abaixou a cabeça para olhar lá dentro, pois a entrada era baixa. Ele olha e vê repousando no chão as faixas de enrolar cadáver. Chega, então, Simão Pedro, seguindo-o. Ele entrou para o sepulcro e viu repousando no chão as faixas de enrolar cadáver. Ele viu também que o lenço (que antes estava sobre a cabeça d’Ele) não estava repousando no chão com as faixas de enrolar cadáver, mas, estava enrolado à parte, num lugar. Nesse momento, João entrou também. Ele viu, e creu. Ele está vivo? (Porque eles ainda não conheciam a Escritura, que diz que é necessário Ele ressuscitasse para fora de entre os mortos.) Nessa hora, Maria Madalena também chegou correndo e ficou observando os dois que iam saindo do sepulcro ainda em dúvida, mas com um sorriso no rosto. Eles passavam as mãos em seus cabelos e pensavam: Ele está vivo? Não pode ser... Ele está vivo... Então os Seus discípulos saíram e foram para as suas casas. E Maria Madalena estava agachada junto ao sepulcro, chorando do lado de fora das portas. E, enquanto chorava, abaixou-se para olhar para dentro do sepulcro. Então ela viu os irmãos Mathetes em roupas brancas que emanavam glória como uma chama levemente arroxeada. Eles estavam assentados onde antes jazia o corpo de Jesus: um à cabeceira e um aos pés.
- Ó mulher, por que está chorando? – Disse um deles.
Ela pensou: Hã? Ele está de brincadeira com a minha cara?
- Porque levaram o meu Senhor – Disse ela, enquanto se virava para fora e sentava-se no chão, encostando-se à parede do sepulcro. – E não sei onde O puseram.
E, depois que ela voltou-se para trás, viu Jesus tendo-Se postado em pé diante dela, mas ela não viu que era Ele,
pois o sol estava brilhando muito forte, impedindo que ela fixasse seus olhos n’Ele.
- Ó mulher, por que está chorando? – disse Jesus – Está procurando alguém?
Ah... Que ótimo! Mais outro para zombar da minha tristeza.
- Ó Senhor, - Disse ela, supondo que Ele era o jardineiro – se o Senhor levou-o daqui, diga-me onde O colocou... E eu O levarei.
Ela estava muito triste, por isso, ela foi se levantando, mas nem queria olhar para Ele. Mas Jesus disse:
- Maria!
Ela, havendo-se virado, Lhe diz:
- Mestre!
-
Não! Não Me toque ainda, porque não subi para Meu Pai. Mas vai para os Meus irmãos, e diga-lhes que subo para o Meu Pai e vosso Pai... Meu Deus e vosso Deus.
Maria Madalena, então, chegou anunciando aos discípulos que ela tinha visto o Senhor e que Ele lhe disse isto. E os onze discípulos partiram para a Galileia, para o monte que Jesus lhes tinha designado. E, depois destas coisas, Ele foi manifesto de outro jeito a dois discípulos, pois, no mesmo dia, dois deles estavam indo para uma aldeia cujo nome é Emaús, que ficava cerca 10,8 km de distância de Jerusalém. Eles conversavam entre si a respeito de todas estas coisas que aconteceram e, durante o conversar e debater deles, aconteceu que o próprio Jesus se aproximou e ia com eles. Mas os olhos deles eram como que segurados, para não O conhecerem.
- Que palavras são essas que caminham trocando entre vocês? E por que vocês estão tristes? – Perguntou Jesus.
- Somente Você está peregrinando em Jerusalém? Você n
ão soube das coisas que aconteceram nestes dias? – Perguntou Cléopas.
- Quais?
- Aquelas a respeito de Jesus, o nazareno. Ele foi homem profeta... Poderoso em obra e palavra diante de Deus e de todo o povo. Mas os principais dos sacerdotes e os nossos chefes O entregaram à condenação de morte e... O crucificaram.
- É... – Disse Simão, o zelote – E nós esperávamos que Ele fosse Aquele que vindo para resgatar Israel, mas... Parece que, ainda que tenham acontecido todas estas coisas, o dia de hoje segue acompanhando o mesmo ritmo. Hoje é o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram.
- É verdade... Também algumas mulheres de entre nós nos maravilharam indo ao sepulcro de madrugada e, depois de não achar o corpo d’Ele, voltaram, dizendo também terem visto uma visão de anjos... Que dizem viver Ele.
- Uhum... Alguns dos que estavam conosco foram ao sepulcro e acharam que isso aconteceu exatamente assim como as mulheres disseram; mas não O viram.
Enquanto eles falavam de todas essas coisas, Jesus os observava e pensava consigo mesmo: É impressionante a cegueira com que o príncipe deste mundo os cegou. Estou bem diante deles todo este tempo e, ainda assim, eles não Me reconhecem. Aquilo O deixou indignado.
- Ora! Seus tolos! Vocês são muito tardios de coração para crerem em tudo o que os profetas disseram!
Depois que Ele disse aquilo com um tom de quem briga com eles, os discípulos se calaram, pensando: O que houve? Por que Ele ficou tão irritado assim, de repente?
- Por acaso não era necessário o Cristo padecer estas coisas e entrar para a Sua glória? – Perguntou ainda indignado. Então Ele, começando por Moisés e todos os profetas, explicou a eles, em todas as Escrituras, as coisas concernentes a Si Mesmo. E, mais tarde, eles chegaram à aldeia para onde iam.
- Entendem? Era necessário que tudo isso acontecesse com o Cristo! Se vocês viram tudo acontecer bem diante dos seus olhos, não deveriam duvidar tanto assim!
Eles ficaram muito constrangidos com a sabedoria d’Ele com relação às Escrituras e, por isso, apenas concordavam. Isso deixou Jesus mais indignado ainda, mas, como eles já tinham chegado a Emaús, resolveu poupá-los e apenas disse:
- Bom... Então é isso. Vejo vocês por aí.
E dava aparência de ir para mais longe, porém eles O constrangeram, dizendo:
- Espera! Não vá ainda! Permaneça conosco, porque está para anoitecer e o dia já tem declinado.
E Ele entrou para ficar junto com eles. E aconteceu que, durante o jantar, Jesus tomou o pão, o abençoou e repartiu entre eles. Então os olhos de Cléopas foram abertos e O reconheceu. Não só o dele, mas o de seu amigo também. E, quando eles se entre olharam, se perguntando: Mas será que Ele é O... Ele desapareceu para longe da vista deles. E, quando eles olharam de volta, não o viram mais.
- Para onde Ele foi?!
- Desapareceu...
- Escuta... Por acaso nosso coração não estava ardendo dentro de nós enquanto, Ele falava conosco no caminho? E enquanto nos explicava as Escrituras?!
- Sim! Temos que contar aos outros! – Disse Cléopas, levantando-se naquela mesma hora. – Imediatamente!
E eles foram durante a noite ainda, à Jerusalém. Chegando lá, acharam os onze e aqueles que estavam com eles reunidos.
- O Senhor verdadeiramente foi ressuscitado e já apareceu a Simão! – Disse Cléopas aos discípulos.
Então eles lhes contaram o que lhes acontecera no caminho e como Ele foi reconhecido por eles, no momento do partir do p
ão. E enquanto eles estavam falando ainda destas coisas, o próprio Jesus simplesmente apareceu no meio deles de repente e disse-lhes:
- Paz seja convosco.
Quando eles olharam e O viram agachado em cima da mesa, todos se afastaram morrendo de medo, pois pensavam ver algum espírito. Ele apareceu muito de surpresa, como se tivesse se teleportado para lá. Eles se assustaram e ficaram, todos juntos se apertando contra a parede, com medo. Jesus, então, pegou um figo que estava em um prato em cima da mesa e, enquanto comia, observava a cara de medo deles. Ele podia ouvir e ver os pensamentos dos discípulos que passavam em suas mentes.
- Por que vocês estão tão perturbados assim? E por que tais pensamentos surgem em seus corações? -
Assentou-se à beirada da mesa – Veja as Minhas mãos e os Meus pés... EU SOU Ele Mesmo. Toquem-Me e vejam! Pois um espírito não tem carne nem ossos, como Me podem ver que tenho.
Então lhes mostrou as Suas mãos e os Seus pés. Alguns dos discípulos ficaram tão alegres que não podiam acreditar que era Ele mesmo, mas outros duvidavam. Eles maravilhavam-se com Ele. Então, Jesus, depois de comer todo o figo, perguntou:
- Vocês têm alguma coisa de comer?
Ent
ão eles Lhe deram um pedaço de peixe assado e um pedaço de favo de mel. Ele tomou-os e comeu diante deles. Enquanto Ele comia, os discípulos o admiravam. Ele parecia estar com fome. Sua roupa era muito mais brilhante do que qualquer tecido branco pode ser. Era como algo feito de luz. Sua pele também resplandecia de uma forma maravilhosa. Havia algo parecido com uma névoa emanando de Sua pele, como gelo seco, porém muito mais sereno. Muitos deles se perguntavam Como Ele apareceu assim, do nada, no meio de nós, aqui dentro, mesmo com as portas estando trancadas? E outros apenas se admiravam com o fato de isso ser algo tão extraordinário, mas ele agia como se não fosse nada. Isso era impressionante! Depois que Jesus terminou de comer, colocou o prato em cima da mesa e ficou olhando para eles por alguns segundos.
- Ainda estão duvidando? – Perguntou – Creiam, pois estas são as palavras que Eu lhes disse enquanto ainda estava com vocês... Não se lembram?
Os discípulos continuaram calados e impressionados.
- Que é necessário serem cumpridas todas as coisas escritas a respeito de Mim... Lembram? Na lei de Moisés... Hã? Nos profetas e nos Salmos. Assim está escrito e assim era necessário ao Cristo padecer. E, depois do terceiro dia, ressuscitar para fora de entre os mortos... E o arrependimento e a remissão dos pecados serem pregados em Seu nome a todas as nações, começando de Jerusalém. Ora, vamos! Vocês são testemunhas destas coisas.
Então Ele suspirou, por ver que eles estavam tão cegos, e disse:
- Tá legal, então... Eis que Eu envio sobre vós a promessa do Meu Pai. – E, assoprando para dentro deles – Recebam o Espírito Santo.
Então Ele abriu o entendimento deles para compreenderem as Escrituras.
- Mas permaneçam na cidade de Jerusalém, até que sejam revestidos de poder do alto. Esperem a promessa do Pai, a respeito da qual, vocês ouviram de Mim. Porque, na verdade, João submergiu dentro da água, mas vocês sereis submersos dentro do Espírito Santo, não muito depois destes dias.
- Ó Senhor, neste tempo o Senhor vai restaurar o reino a Israel? – Perguntou Simão Pedro.
- Não interessa saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu em Sua própria autoridade. Mas
, como eu ia dizendo, vocês receberão poder, quando vier sobre vocês o Espírito Santo.
- Poder? Do alto? – Perguntou João.
- Sim. Assim como o Meu Pai Me enviou – Disse Ele, enquanto ficava de pé – Eu também os envio. Vocês serão minhas testemunhas... Tanto em Jerusalém, quanto em toda a Judéia, em Samaria... E até aos confins da Terra! Afinal... Toda a autoridade Me foi dada. Dentro do céu e sobre a terra. Portanto, depois que vocês forem, ensinem e façam discípulos de todas as nações, submergindo-os para dentro do nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensine-os a guardar todas as coisas que Eu ordenei. E... Eu sempre estou com vocês... Todos os dias! Até a consumação dos séculos. Se vocês perdoarem os pecados de alguns, significa que eles já lhes estão perdoados... E, se de alguns os retiver, significa que eles já lhes são retidos.
E, enquanto Ele saia, disse:
- Paz seja convosco.
Naquela noite, eles quase não dormiram, de tanto comentar entre si o quão maravilhoso Ele estava. No outro dia, depois que Tomé, chamado Dídimo chegou, diziam-lhe os outros discípulos:
- Vimos o Senhor!
- Foi impressionante! Ele apareceu de repente no meio de nós, mesmo com as portas trancadas!
- Puff!! Ele, simplesmente, surgiu! Do nada!
- O que? Vocês estão loucos! Até a história das mulheres era mais lógica do que essa sua. – Dizia Tomé.
- Mas é verdade! Acredite em nós!
- Ele soprou em nós o Espírito Santo... E disse para ficarmos em Jerusalém até sermos revestidos de poder do alto.
- É... Eu acho que, depois que formos revestidos de poder, poderemos restituir o reino de volta a Israel.
- Não seja tolo! Você não ouviu o que o Mestre disse? Seremos testemunhas e não rebeldes!
Mas Tomé, ouvindo aquilo tudo, disse:
- Bom... Eu não sei. Mas, se eu não vir a marca dos Seus cravos em Suas mãos e não colocar o meu dedo na marca dos cravos... E também não colocar a minha mão no Seu lado, de maneira nenhuma crerei!
Então, oito dias depois, os Seus discípulos outra vez estavam dentro de casa. Tomé estava com eles. Jesus estava indo até eles. Gabriel o acompanhava e eles acertavam sobre o que fariam depois e como seria.
- Então você pode ficar me esperando no Monte das Oliveiras. – Disse Jesus, enquanto parava em frente à porta da casa dos discípulos – Leve mais um mensageiro com você... Se não, é capaz de eles ficarem ali durante muito tempo olhando para cima.
- O que diremos a eles?
- Diga que, do mesmo jeito que eles Me viram subir, Eu voltarei.
- Sim, Senhor.
- Gabriel!
- Sim, Senhor...
- Dessa vez, vá disfarçado, sim?
- Tudo bem, Senhor.
Então Gabriel saiu voando. Era noite. Então Jesus foi caminhando em direção à porta e, simplesmente, atravessou-a, como se não houvesse porta nenhuma ali. Ele chegou com as portas já tendo sido fechadas e postou-se no meio deles. Todos estavam conversando, comentando, alguns comendo... Quando João viu aquele vulto brilhante passando bem ao seu lado, levou um susto enorme! Ele caiu no chão e ficou observando.
- Paz seja a vocês. – Disse Jesus.
Quando João viu que era Ele, olhou para a porta e de novo para Ele. O que?! Como foi que Ele...?! Mas a porta está... Isso não é possível! Então Ele diz a Tomé:
- Tomé... Chega aqui o teu dedo... E veja as Minhas mãos.
Tomé ficou embasbacado, observando os buracos nas mãos d’Ele. Alguns se perguntavam: Como Ele sabia que Tomé tinha dito algo assim? Mas, então, Tomé tomou coragem, foi até Ele e, lentamente, tocou em Suas feridas. São reais... Não é possível! Então Jesus pegou a mão esquerda de Tomé e, puxando, disse:
- E põe a sua mão no Meu lado.
- Senhor meu! – Disse Tomé, ao perceber a ferida no lado de Jesus.
- E não seja incrédulo, mas crente!
- Deus meu! – Disse, enquanto se ajoelhava.
- Porque Me viu, Tomé creu. – Disse Jesus, achando um tanto lamentável - Bem-aventurados aqueles que não viram e, mesmo assim, creram.
Ele colocou Sua mão no rosto de Tomé, pois amava a todos incondicionalmente... Ou seja, não era pelo que eles faziam ou deixavam de fazer, mas, simplesmente, porque Ele os amava. Depois disto, Jesus outra vez manifestou-Se aos Seus discípulos junto ao mar de Tiberíades. Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois dentre os discípulos d’Ele. Então Simão Pedro lhes diz:
- Vou pescar.
- Espere! Nós também vamos com você.
Então eles foram e prontamente subiram para dentro do barco. Naquela noite, porém, nada apanharam. E, já havendo chegado a manhã do dia seguinte, Jesus Se postou de pé sobre a praia, mas os Seus discípulos não tinham percebido que era Jesus.
- Filhinhos! – Perguntou Jesus – Vocês têm alguma coisa de comer?
- Não, Senhor! Não pegamos nada essa noite toda!
- Lancem a rede para o lado direito do barco e acharão.
- O que? Quê que Ele acha que nós estávamos fazendo essa noite toda? – Perguntou Simão Pedro.
- Como se mudar o lado que jogamos a rede fosse adiantar muita coisa... Não tem peixes aqui! – Disse Natanael.
João observava e se perguntava: Mas eu acho que O conheço de algum lugar.
­- Mas e se for o Mestre? – Perguntou ele.
- O que? Ele não se parece com o Mestre.
- Você tem certeza?
- Sim! Como naquela vez, Pedro! Você se lembra?
Pedro se lembrou da vez em que conheceu Jesus. Portanto, lançaram a rede e logo não mais a puderam tirar, por causa da multidão dos peixes. Então, João diz a Pedro:
- Eu não falei?! Este é o Senhor!
Então Simão Pedro, ouvindo que era o Senhor, enrolou-se com a sua capa de pescador (porque estava nu) e se lançou para dentro do mar. Os outros Seus discípulos vieram no barquinho, arrastando a rede cheia dos peixes, porque não estavam distanciados da terra senão como se fosse cerca de 90 metros. E, tão logo desceram para a terra, eles viram um fogo de carvões posto e um peixe em cima dele, e pão...
- Tragam dos peixes que agora apanharam. Coloquem aqui e vamos comer.
Simão Pedro subiu para a praia e puxou a rede para a terra, cheia de 153 grandes peixes. E, embora sendo tantos, a rede não se rompeu.
- Venham! – Disse Jesus, mostrando o peixe que Ele assou – Janta...
Dessa vez nenhum dos Seus discípulos ousava Lhe perguntar "Quem és o Senhor?", sabendo que Ele é o Senhor. Então Jesus chegou, tomou o pão e o deu a eles. Semelhantemente, o peixe. Esta já era a terceira vez que Jesus foi manifesto aos Seus discípulos, após ter sido ressuscitado para fora de entre os mortos. Tão logo jantaram, Jesus perguntou a Simão Pedro:
- Simão, filho de Jonas... Deixe-Me te fazer uma pergunta.
- Diga, Senhor.
- Você Me ama mais do que estes?
- Sim, Senhor... O Senhor sabe que eu Te amo.
Jesus sorri e diz:
- Alimenta os Meus cordeiros.
Então eles continuaram conversando sobre algumas coisas e, novamente, Jesus Lhe pergunta uma segunda vez:
- Simão, filho de Jonas... Você Me ama mesmo?
- Sim, Senhor...
Nessa hora, João ficou interessado na conversa deles, pois já era a segunda vez que Jesus fazia a mesma pergunta.
- O Senhor sabe que eu Te amo. – Completou Simão Pedro.
- Então pastoreia as Minhas ovelhas.
Nisso, João pensava: O que será que o Mestre quer ensinar com isso? Pra quê perguntar tantas vezes a mesma coisa? E, depois, enquanto os outros conversavam...
- Simão, filho de Jonas...
Pedro e João olharam para o Mestre e ouviram, pela terceira vez:
- Você Me ama?
Nessa hora, Simão se entristeceu porque Ele lhe perguntou a terceira vez: "Você Me ama?". Ele acabou lembrando que ele O havia negado pelo menos três vezes naquele dia tão cruel.
- Ó Senhor... O Senhor sabe todas as coisas. O Senhor sabe que eu Te amo!
- Alimenta as Minhas ovelhas. – Disse Jesus, enquanto os outros começavam a ficar em silêncio por terem percebido que Pedro começava a chorar.
- Na verdade, na verdade... Eu te digo que, quando você era mais moço, você mesmo se vestia e andava por onde queria. Mas agora te digo que, quando você já for velho, você é que estenderá as suas mãos e outro te vestirá... E acabará te levando para onde você não quer.
E Ele disse isto para mostrar com que morte ele glorificaria a Deus. E, havendo dito isto,
Ele se levantou e disse:
- Siga-Me.
Então Pedro se levantou e foi seguindo pela praia. Era tarde, quase noite. Mas então, olhando para trás, Pedro viu João seguindo-os (aquele que também, na ceia, se recostou sobre o peito de Jesus e que disse: "Senhor, quem é que está Te traindo?"). E Pedro, vendo este, perguntou a Jesus:
- Senhor... E que será deste varão? Será como o Senhor me disse? Ou viverá?
-
Ora... Caso Eu deseje que ele permaneça enquanto Eu venho, que te importa? Siga-Me você! Deixe-o em paz.
Então, mais alguns dias depois, Ele os levou fora de Jerusalém, quão longe quanto para Betânia. E, levantando as mãos, os abençoou.
- Então é isso, pessoal... – Disse Jesus – Lembrem-se do que Eu lhes disse: Vão por todo o mundo e preguem as boas novas a toda a criatura. Aquele que acreditar em vocês e for submerso será salvo, mas o que não acreditar será condenado. E estes sinais seguem aqueles que acreditam: No Meu nome eles expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes e... Se eles beberem alguma coisa mortífera, de modo nenhum isto lhes fará dano. Eles colocarão as mãos sobre os enfermos e estes ficarão perfeitamente bem. E não esqueçam também: Eu estou com vocês todos os dias das suas vidas! Até a consumação dos séculos.
E aconteceu que Ele, enquanto abençoava a eles, foi apartado para longe, pois era elevado para dentro do céu. Então uma nuvem O recebeu para longe dos olhos deles... E Ele assentou-Se à direita de Deus. E, enquanto eles estavam fitando os olhos para o céu, Gabriel e outro anjo se postaram junto a eles. Eles estavam com aparência normal, humana, com vestimenta branca.
- Ei, homens galileus! Por que vocês estão olhando para o céu? – Perguntou o parceiro de Gabriel.
- Ah... É por que... É por que...
- Não... É que...
- Não... Sabe o que é...?
- É que... É...
- Esse mesmo Jesus – Explicou Gabriel – Aquele que estava com vocês e que foi recebido no alto, para dentro do céu, virá na mesma maneira como vocês O viram indo para dentro do céu. Então não se preocupem... Ele virá em breve. Lembrem-se do que Ele ensinou e fiquem vigiando, para que vocês não sejam pegos desprevenidos.
Tendo dito isto, os dois partiram e seguiram seu caminho. Os discípulos ficaram olhando entre si e, depois, havendo eles partido, pregaram por todas as partes. O Senhor operava juntamente com eles e confirmava a Palavra através dos sinais que os estavam seguindo. Jesus, pois, certamente também operou em presença dos Seus discípulos muitos outros sinais, os quais não estão escritos neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês acreditem que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus. E para que, crendo, vocês tenham a vida no Seu nome. Este é o discípulo que está testificando a respeito destas coisas e que escreveu estas coisas: Rodrigo. E sabemos que o testemunho dele é verdade no verde e suposição no vermelho. E também há muitas outras coisas que Jesus fez, as quais, se fossem escritas uma a uma, eu suponho nem ainda o próprio mundo, teria espaço para os livros que estariam sendo escritos. Amém.