Capítulo 010 - Tempos Atrás, Parte 02

Capítulo 010 

Alguns Anos... 

Entrando no Clima do Tempo da História. 

Uma coisa aqui deve ser explicada: Como eu já disse, essa história se passa em um futuro não muito distante. Ela se passa há, mais ou menos,uns 20 a 30 anos afrente do dia de hoje. Se você entende desse assunto, por favor, entenda que isto é apenas uma história fictícia. Mesmo que ela contenha relatos de fatos verídicos, não significa que as coisas serão exatamente desta maneira. Pois ninguém sabe quando todas estas coisas começarão a ocorrer. É certo que elas ocorrerão! Não que será exatamente com está descrito nesta história, mas ocorrerão com certeza.
Certo... Explicadas estas coisas, é preciso agora entender o tempo em que os atores estão: Com o avanço da tecnologia, várias coisas mudaram. Hoje em dia – no tempo da história – não existem muitos daqueles antigos outdoors que enchiam a cidade de propagandas e sujavam as ruas com o papel que teria que ser rasgado depois de um tempo e também não ocupavam lotes vagos como antigamente.
Hoje em dia, esses outdoors foram substituídos por várias TVs de LED gigantes que ficam passando anúncios. Por toda a cidade se vê delas... Eles não ocupam lotes vagos inteiros como os outdoors de antigamente, pois podem ser fixados nas paredes de praticamente qualquer construção que se possa imaginar. Até alguns barcos possuem deles – cruzeiros de férias e barcos especialmente feitos para isso. E até os carros que ficavam com os antigos outdoors na carreta mudaram e agora eles usam desses.
Outra coisa que evoluiu, foi o caso das imagens 3D. Você acha o cinema 3D legal? Espere só até essa tecnologia chegar a seu tempo: Hoje em dia, as TVs mais caras no mercado são as que têm a função já integrada. Não necessitam de óculos para ver as imagens em 3D. Hoje em dia, as TVs mais comuns são as de LED finas de antigamente. Também são as mais baratas... Até mesmo os celulares entraram nessa onda do 3D e agora entrou no mercado um celular assim.
Outra coisa: Os carros de hoje em dia, praticamente, dirigem sozinhos. Mas fique calmo, ainda é necessário que o motorista vire o volante. A marcha automática é a mais recente criação... Digo: Nem tão recente assim. Os carros que vêm com ela, não têm cambio, pois não é necessário que nós troquemos de marcha manualmente. Basta acelerar e frear. E quanto àquilo de o carro praticamente dirigir sozinho, é que agora a direção é eletrônica.
Não, não é aquela antiga direção eletrônica que vendia no mercado. Estou falando que hoje em dia, a ligação entre o volante e o eixo das rodas da frente é feita através de fios e não através daquele jeito antigo. Hoje em dia o motorista não sente no volante o impacto que os pneus sofrem ao passarem pelos buracos. Pois, já que os movimentos do volante são enviados aos pneus através de fios e de um software, o volante não precisa estar ligado ao eixo.
Mas não só isso surgiu no meio do homem, pois o homem sem Deus é maligno por natureza. Enquanto ele evolui e progride na tecnologia e facilidade de acesso às coisas, seus valores morais caem cada vez mais. Só que, nesse ponto, as coisas acontecem sem que se perceba. Veja... Há uns 15 anos atrás, o casamento gay não era tão comum como hoje em dia. (O “hoje em dia” referido aqui não é no tempo de hoje de fato, mas sim daqui a alguns anos.) Eles fazem festa com fotógrafos, banquete e tudo mais. Isso está virando moda, hoje em dia.
Também, hoje em dia, é muito comum você ouvir histórias de filhos de deixaram seus pais e foram morar com “outros pais”. Eles simplesmente conseguiram criar uma lei que permite que os filhos “deixem” de serem filhos caso queiram, caso seja necessário, ou por vários outros motivos. O mesmo acontece com os pais, caso não queiram mais que aquele filho dele seja seu filho. Eles assinam um papel e então, ou o filho deixa de ser filho, ou os pais deixam de serem pais... Essa era a novidade mais recente dos dias desta história.
As coisas nos lugares comuns ainda continuavam comuns, mas as coisas nos lugares onde costumam ocorrer muitas mudanças já estavam escandalizando aquelas pessoas que são consideradas “supercertinhas”. Nunca se viram tipos de protestos como esses que aconteciam hoje em dia: Congresso de pais e filhos protestava contra essa lei que permitia os filhos deixarem de serem filhos e os pais de serem pais. Aqueles mais radicais contra o homossexualismo protestavam contra esses casamentos gays durante as cerimônias. Tudo estava uma loucura, mas as pessoas fingiam não ver esse tipo de coisa.
Ao mesmo tempo em que tudo parecia progredir tudo estava indo de mal a pior também. Por um lado, as inovações da tecnologia ajudavam cada vez mais a combater doenças, prevenir roubos e garantir a satisfação de seus utilizadores. Mas por outro lado, os valores morais, causados justamente por essas facilidades, caiam cada vez mais, levando a humanidade ao estado caótico que ninguém havia percebido que estavam.
E Também, uma coisa que todos estavam percebendo que estava acontecendo, porém ninguém ligava, era o fato de que... É que, ultimamente, o sol vem esquentando cada vez mais. Algumas reportagens de hoje em dia diziam que o sol já está sete vezes mais quente do que 20 anos atrás. Sem falar no cometa que foi visto vindo em direção à terra. No dia que eles publicaram isso no jornal, houve uma falação durante algumas semanas, mas logo eles ignoraram, pois pensavam que estava tudo bem, graças às novas tecnologias.
Mas essas coisas foram descritas aqui para que você se situe mais dentro dos acontecimentos da história, dentro dos fatos que levaram tudo isso a acontecer e dentro do clima do ambiente local. Pois, aposto que, a partir de agora, ficará mais fácil de você entender o porquê de alguns dos próximos acontecimentos e o porquê de algumas coisas que surgirão. Mas agora vamos ver um pouco da vida de Jonas para que você entenda porque tudo que acontecerá com ele, acontecerá justamente com ele.

Antes do Acontecimento: 

Jonas e sua Família. 

Alto da Glória (Bairro e Classe Média Baixa) 

Jonas nasceu numa família de classe média baixa. Os pais deles trabalhavam numa empresa muito conhecida. Nessa época, Jonas tinha 2 anos de idade. Nessa época também, foi quando os pais de Jonas se converteram. Eles estavam começando a ter dificuldades financeiras e, por causa do desespero, foram procurar ajuda em Deus. (O melhor lugar que eles poderiam ter ido.) Então eles se converteram e continuaram suas vidas. Conseguiram pagar as suas dívidas e continuaram seguindo a Deus. Continuaram progredindo, continuaram buscando e continuaram sendo genuínos cristãos – o que todos deveriam ser.
Então aconteceu que Deus começou a prosperá-los na empresa onde eles trabalham. Eles trabalhavam em áreas diferentes, mas era no mesmo prédio. Eles continuaram fazendo as vontades de Deus e começaram a prosperar. Foram prosperando, prosperando, subindo de cargo rapidamente e então aconteceu que os pais de Jonas ficaram muito amigos do chefe deles. Esse, na verdade, era o objetivo deles: Evangelizar o chefe deles, o presidente da empresa. Ele devia ter uns 60, 70 anos de idade, mas ele sabia dirigir aquela empresa como ninguém.
Então, os pais de Jonas iam a reuniões, em festas que tinha na casa do chefe deles... E, nessas oportunidades, os pais de Jonas acabavam evangelizando aquele pessoal. E, por isso, chegou um tempo em que o chefe estava se sentindo tão bem por ter aqueles dois como amigos... Estava confiando tanto neles, pois todos ali na empresa sabiam a eles eram cristãos. E, pelo jeito que eles agiam, eles eram cristãos sérios, faziam as coisas certas e por fazerem a coisa do jeito que devia ser feita, o chefe deles se orgulhava deles.
Então, um dia, ele os chamou a sua sala presidencial e eles foram. Nisso, os pais de Jonas já ocupavam cargos bem altos, ganhavam muitíssimo bem e mandavam em muita gente. E depois, quando o chefe os chamou a sua sala, lhes disse: 
Olá amigos! Vamos, sentem-se, sentem-se! Querem um uísque? 
Os pais de Jonas já conheciam esta piada, por isso o pai de Jonas disse: 
Ôh! 
E os dois completaram juntos: 
- Te peguei! Rsrsrs...
- Te peguei! Hahaha... 
Eliot, pai de Jonas, diz: 
Ahh... O senhor não vai se esquecer disso nunca, não é mesmo? 
Senhor Castanho, presidente da empresa, diz: 
Haha... Claro que não, Eliot! Claro que não! Você sabe disso! (Falando para Eliot) E você sabe também que você também nunca vai se esquecer disso... Não é mesmo Rosa? Hã?! Hahahahaha... 
Eles todos riram e Rosa perguntou: 
Então, senhor Castanho... O senhor mandou que chamassem a gente? 
Senhor Castanho: 
Rsrsrs... Rosa, Rosa... Sempre indo direto ao assunto. Gosto disso em você! Mas você está certa. Eu mandei que te chamassem sim. Pois quero lhes dizer uma coisa... 
Ele sentou-se em sua cadeira e continuou: 
Certo... Vocês sabem que... Eu tenho muito carinho por vocês, eu... Gosto bastante da amizade de vocês, vocês estão realmente me acolhendo, eu percebo que posso confiar em vocês... Todas aquelas vezes em que vocês me advertiram sobre as coisas erradas – sobre o que eu deveria fazer... Em todas às vezes eu prosperei. Eu fui feliz, como diz o Eliot. Por causa do seu conselho... Vocês sabem que eu confio em vocês.
Então ele se levantou, foi caminhando até a janela do edifício e, enquanto olhava lá fora, com as mãos para trás e um olhar longínquo, disse: 
E vocês também sabem que eu já estou velho... Que já estou passando da idade. E vocês também veem como meus filhos agem diante do povo. Vocês acham que eu não percebo o quanto eles são mesquinhos, o quanto eles são metidos? Eu vejo isso também, pois sou o pai deles e tenho feito de tudo para educa-los. Eles, porém, não me ouvem. Eu sei que vocês são gentis e educados de mais para falar isso na minha cara, mas eu também percebo isso. (Suspiro) Portanto, ultimamente eu estive pensando... E decidi adicionar vocês em meu testamento. Pois vocês sabem que estou com essa doença que pode me matar a qualquer momento e... Por isso, eu decidi adicionar vocês ao meu testamento. Vocês vão ganhar alguma coisa. 
Então ele voltou para sua cadeira e completou: 
Portanto eu quero que, no dia da abertura do testamento, vocês venham e estejam presentes para ouvirem também. Ok? 
Então os pais de Jonas ficaram surpresos com aquilo. Eles também ficaram felizes e se sentiram muito honrados com isso. Esse dia em que eles receberam essa notícia foi cinco anos depois de entrarem naquela empresa. Mas então o tempo foi passando novamente e, alguns meses depois, o senhor Castanho realmente morreu. Afinal, esta doença que ele tinha já estava muito avançada e o médico disse que não iria passar de muito tempo. (Com doenças do coração, não se brinca).
Agora... O fato interessante aconteceu no dia da morte dele. Você sabe que, quando as pessoas estão prestes a morrer, parece que elas presentem alguma coisa e é como se elas soubessem exatamente o que estão falando. É uma coisa doida que acontece com quem está a beira da morte. Por isso, o senhor Castanho mandou chamar os pais de Jonas novamente, para a casa dele, para lhes falar alguma coisa. Como ele estava de cama e respirava por aparelhos, teve que ficar esperando, até que os pais de Jonas chegaram. Então o senhor Castanho disse, logo que eles chegaram:
Venham... Sentem-se. 
Ele estava muito fraco e estava com a fala roca. Os pais de Jonas se aproximaram e ele completou: 
Eu tive um pressentimento de que vocês estariam ao meu lado até mesmo na minha morte. 
Eliot: 
Ô, senhor Castanho... Não diga isso. 
Senhor Castanho: 
Sem chance, Eliot. Eu sei o que está acontecendo aqui. E algo me diz que vocês têm algo muito importante para me falar. Portanto vão em frente e digam. 
O pequeno Jonas também estava lá naquela hora e via tudo de olhos bem abertos. Então Eliot e Rosa se olharam e logo já sabiam o que dizer. Eliot disse: 
Bom... Na verdade, nós temos sim algo para perguntar ao senhor. 
Senhor Castanho: 
Eu sabia. O que é? 
Rosa: 
O senhor gostaria de aceitar Jesus em sua vida? Aceitá-lo e admitir que ele seja o único que pode salvá-lo do inferno neste exato momento? 
Eliot: 
Essa é sua última chance, senhor. O senhor sabe que se aceitar, Ele vem te buscar pra te levar para o céu, mas se não... 
Senhor Castanho: 
Até na hora da morte você me vem com suas piadas, Eliot? 
Eliot: 
O senhor sabe que não é piada, senhor Castanho. 
Senhor Castanho: 
*Cof! Cof! Cof!* É...Eu sei. Posso sentir em meus ossos. A morte está cada vez mais perto. 
Rosa: 
Então diga que aceita. E viva feliz ao lado de Jesus. 
Então o senhor Castanho olhou bem para eles dois, viu Jonas sentado numa cadeira atrás deles e disse:
Eu aceito. Eu aceito sim... 
Os pais de Jonas deram um sorriso e oraram por ele. O senhor Castanho deu suas ultimas tossidas, pensou em tudo que já aconteceu com ele, pensou no que estava acontecendo agora, derramou lágrimas e morreu. Alguns segundos depois, o tempo parou e algo incrível aconteceu: Uma ruptura no espaço tempo surgiu no quarto do senhor Castanho, no formato de buraco, que era brilhante como o arco-íris; e um Anjo passou por ela. Ele veio caminhando até o senhor Castanho e, quando ele tocou na mão dele, seu Castanho acordou como se tivesse levado um choque daqueles negócios que os médicos usam para trazer as pessoas de volta a vida.
Nessa mesma hora, era como se houvesse dois senhores Castanhos. Um que estava deitado com Eliot e Rosa orando por ele e este que via toda esta cena. Ao ver o Anjo, senhor Castanho se assustou, mas o Anjo disse: 
Não tenha medo. Vamos... Meu Senhor mandou que eu viesse te buscar. 
Senhor Castanho: 
Seu Senhor? Quem é este? 
O Anjo: 
Venha e eu lhe mostro. 
Então seu Castanho se levantou e foi de mãos dadas com o Anjo através da ruptura para um lugar... Muito legal. Então a ruptura se fechou, desaparecendo no ar, e o tempo voltou ao normal na mesma hora. Eliot e Rosa terminaram a oração e viram que o aparelho que apitava de acordo com as batidas do coração dele havia parado. Eliot diz: 
Vá com Deus... 
Naquela hora, os pais de Jonas estavam meio tristes, mas também estavam felizes, por ele ter aceitado Jesus bem no final. Então teve o enterro do senhor Castanho, todos foram e, um mês depois, houve a abertura do testamento. Nesse tempo, a pequena Karla estava com apenas uma semana de vida, no colo de sua mãe, e Jonas estava com seis anos de idade. E quando a leitura do testamento foi feita, os pais de Jonas e todos ali ficaram sabendo que o senhor Castanho havia deixado toda a empresa para eles.
Todo o dinheiro da família do senhor Castanho ficou para os filhos dele, mas toda a empresa ficou para os pais de Jonas. Eles se tornaram donos da empresa. Não gerenciadores, não presidentes, mas donos! A empresa toda agora era deles e eles faziam o que quisessem com ela. Inclusive, foram mais ou menos essas as palavras usadas pelo senhor Castanho no testamento: Tudo é deles agora! Tudo! Tudo que diz respeito a empresa é deles agora. Todos os empregados, todos os caminhões, todas as minhas ações e todo o dinheiro movimentado pela empresa. Estou dando tudo isso à eles, pois eu vejo que são verdadeiros servos de Deus. Genuínos companheiros fiéis e verdadeiros amigos.
Vocês não fazem ideia do quanto isso que estou dizendo é verdade. Todas às vezes que foram pressionados, não desistiram; todas às vezes que foram caluniados, não reclamara; todas às vezes que reclamaram e foram corrigidos, aceitaram a correção... E melhoraram, e mudaram, e cresceram! Por isso, não me arrependo nenhum pouco disso.
E, de repente, Eliot e Rosa se tornaram os donos de uma das maiores empresas multinacionais do país, naqueles tempos. E foi nesse meio que Jonas e Karla cresceram. Os pais deles compraram a mansão que é a casa de Jonas hoje e Karla e Jonas começaram a crescer nesse meio. Antigamente, a célula era realizada na antiga casinha deles, mas agora eles se reuniam na mansão. Todos chegavam lá e ficavam maravilhados com o tamanho da casa e com as belas decorações que havia ali, tanto interior quanto exteriormente.
Os pais de Jonas estavam sendo um exemplo para todos da Igreja a qual eles faziam parte. Pois, mesmo com todas aquelas coisas que eles tinham, eles não agiam como se tivessem. Era como se eles fossem apenas os caseiros dali. Eles ainda usavam roupas de médio porte, tratavam os empregados com muita gentileza e todos gostavam bastante de trabalhar ali. Havia mais empregados do que família, naquela casa. Ali viviam apenas Eliot, Rosa, Karla e Jonas como sendo família e o resto eram todos empregados.
Vocês já viram empregados que comem na mesa junto com os patrões? Assim eram os empregados deles. Era como uma grande família. Eles também adoravam chamar os irmãos da Igreja para comerem com eles, jantarem com eles... Quando havia alguma comemoração, eles cediam o terreno deles para fazerem esse evento. Eles eram muito diferentes dos outros ricaços que moravam ali naquele bairro, pois eles continuaram sendo eles mesmos. E esse também foi o maior teste deles: O teste da grandeza.
Por isso, eles tiveram que persistir em oração, em submissão, pois, agora que eles tinham isso tudo, eles começaram a explodir de ideias para a Igreja, mas tiveram que ir com calma. Acharam alguém na Igreja que era contador para auxiliá-los nisso e continuaram caminhando. Só uma coisa que eles não abriram mão foi de dar 10% de todo o valor da empresa para a obra da Igreja. Eles se reuniram com todos os acionistas, declararam isso a todos e fizeram.
Claro, eles acharam isso uma loucura, mas eles não estavam nem aí para isso, pois sabiam o Deus que serviam. E adivinha só... Em menos de um ano, a empresa duplicou o que tinha antes de eles darem os 10%. Só que, dessa vez, eles já estavam doando 10%, de toda a quantia que entrasse na empresa, para a Igreja a qual eles faziam parte. Portanto, dessa vez não houve escândalos. Essa decisão deles até passou no jornal! Mas eles não ficaram felizes com isso.
Mas não foi só essa mudança que teve na empresa. Eles também mudaram os valores da empresa. O que antes era considerado normal, agora passou a ser considerado erradíssimo. Claro que não foi tudo de uma vez, afinal eles eram sábios. Eles foram aplicando regra após regra de uma maneira que os funcionários não acharam pesado. Também, cada vez mais, estavam contratando cristãos para trabalhar lá. Mesmo não sendo essencial, um dos requisitos para trabalhar ali era esse, por isso, as regras impostas ali estava era agradando muita gente, pois facilitava o trabalho desses que eram cristãos.
Mas sabe... Mesmo com toda essa dificuldade, mesmo com os gastos na mansão, mesmo com o pagamento dos funcionários, mesmo com os 10% que eram doados de tudo que entrasse na empresa, mesmo com toda essa gastança, não faltava nada para eles e nem para a empresa. Se eles estivessem precisando de um patrocinador, ele aparecia de última hora. Se estivessem precisando do que fosse, essa coisa aparecia na última hora. Tudo estava sendo suprido por Deus.
Todos estavam até achando uma coisa muito incrível, pois eles pensavam: “Como que eles conseguem?!” A resposta era que eles ainda estavam fazendo a vontade de seu Pai. Ainda tinha as mesmas rotinas de oração, de jejum e de encargo com a obra da Igreja. Todos os empregados deles estavam até se convertendo por causa das coisas diferentes que eles faziam na casa. Quando eles falavam para os empregados que eles estavam de jejum, os empregados diziam: 
Não dá pra entender eles mesmo, não é não? São ricos, têm tudo que sempre quiseram, podem comprar tudo o que quiserem e ficam de jejum? Sem comer? Rá! Mas se fosse eu... Mas se fosse eu... 
Com isso, eles se interessavam por essas atitudes, começavam a perguntar e os pais de Jonas acabavam evangelizando os empregados. Eles também cederam a casa para que várias reuniões de célula acontecessem durante a semana, pois no fim de semana, eles queriam descansar um pouco que fosse. Eles tinham a Vânia que, além de empregada doméstica, ela também era a responsável pela casa quando eles não estavam e babá dos meninos. E, novamente eu digo: Karla e Jonas cresceram nesse meio.
Como os pais deles queriam o melhor para eles, depois que eles terminaram os estudos, foram fazer faculdade fora do país. Claro, em uma faculdade cristã, que ensina as coisas da maneira correta também. Pois eu digo cristão aqui, mas na verdade quero dizer os lugares que realmente ensinam a Palavra de Deus. Tinha que ter essa matéria e Jonas cresceu aprendendo isso.E, nesse meio tempo entre escola e faculdade, Karla e Jonas tiveram muitos amigos.
Karla teve muitos amigos roqueiros durante a escola, o colégio e durante a faculdade também. Ela sempre gostou mais de rock mesmo. Só que ela não era que nem essas pessoas que fazem as coisas mais loucas com seu corpo, como por exemplo: Ela não tinha vários e vários brincos nas orelhas, também não tinha um penteado esquisito, tinha sim algumas tatuagens, mas eram pequenas; ela também não usava maquiagem preta ao redor dos olhos e nem usava batom preto. Ela achava isso uma questão de gosto. Ela não gostava, por isso não usava.
Karla gostava mais de ouvir os rocks comuns do mundo – não na casa dela, pois os pais não admitiam – ela também gostava de ouvir alguns rocks cristãos e também alguns outros tipos de músicas. Jonas gostava de ouvir Hip-hop, uns Raps mais doideira e também as músicas comuns tocadas nas reuniões da Igreja. Então eles foram crescendo e foram vivendo ali no meio desse povo. E, quando eles estavam com a idade que foi dita no capítulo 01, eles já estavam assim: Vivendo com os amigos na Igreja e com esses “amigos” fora da Igreja.
E isso também ajudou a deixa-los mais confusos, pois eles não sabiam direito o que queriam. Eles sentiam uma coisa esquisita quando iam fazer coisas erradas, pois os pais deles haviam ensinado eles muito bem. E como eles estavam nessa confusão, um dia Karla decidiu escolher logo qual lado ela queria seguir e acabou sendo influenciada pelos “amigos” do mundo. Por isso ela decidiu ser ateu. Ela via todas essas reuniões das células na casa dela, no prédio da Igreja, mas pra ela nada acontecia... Era apenas questão de saber administrar tudo.
E no caso de Jonas, ele permaneceu no meio. Na verdade, ele queria ser cristão, mas também não queria deixar de ser “normal”, na concepção dele. As coisas estavam tão loucas na mente dele que nem ele mesmo sabia o que ele queria direito. Por isso que, no dia que a história dele começou a ser contada, no capítulo 01, os amigos dele resolveram chama-lo para ir àquela festa. Naquele tempo, ele e Karla já haviam terminado seus cursos que estavam fazendo na faculdade e estavam naquele período entre o término da faculdade e o emprego. Então Tomaz chegou e o chamou para a festa: 
E ae Jonas? Ficou sabendo da festa de formatura da Janaína? Vai ser lá na casa dela. 
Jonas tinha ido até a casa dele, que também era grande igual a dele. Jonas disse: 
Ah... Fiquei sabendo sim. Você vai? 
Tomaz: 
Claro! Você acha que eu vou perder? Aquela menina que eu te falei que está a fim de mim vai está lá. Não vou perder de jeito nenhum. E você vai? Ou você tem que ir à alguma reunião lá dos seus pais? 
Jonas: 
Não, não... Estou de boa, nesse final de semana. 
Tomaz: 
Ah... Então você vai, não é? 
Jonas: 
Vou sim. Pode anotar lá. Inclusive, se aqueles seus amigos pé rapados quiserem carona... Rsrsrs... 
Tomaz:
Sai fora! Eles nem são meus amigos! Seu folgado. Fica jogando amigos pra cima dos outros não. Assume que eles, na verdade, seus amigos! 
Jonas:
Nada! 
E a conversa continuou. Não saia nada que realmente importasse dessas conversas. Só falavam de coisas... Inúteis. Então ele acabava indo nessas festas, pois ele gostava das músicas eletrônicas, das músicas Black... Enfim... Ele gostava. Ele achava as meninas colegas deles, todas lindas. Ele queria namorar alguém firme pra depois casar, por isso acabava ficando com vergonha de falar isso para seus amigos. Ele achava uma palhaçada a pessoa apenas ficar com alguém nas festas e nunca progredir. Ele queria progredir.
Às vezes, ele bebia, mas na maioria das vezes não. Foram poucas vezes que ele realmente bebeu para ficar bêbado em uma dessas festas. Ele ficava mais na dele, durante a festa, pois queria curtir as músicas e realmente ficar de boa. Não queria ficar chapadão igual a seus colegas e nem queria ficar beijando aquelas garotas com bafo de pinga. E era assim que ele ficava em todas as festas que ele ia com seus colegas.



E esse foi o resumo da vida de Jonas e de como seus pais passaram a crer. No capítulo que vem você verá o passado tenebroso de Carlos e como ele conheceu Karen, Hélio e Katty. Você não perde por esperar os próximos capítulos, que é onde tudo começa realmente. A partir do capítulo 12 só restará a eles sete anos para o Grande Acontecimento Final! Então que venha logo! Pois eu também mal posso esperar...

Continua... 

Capítulo 009 – Tempos Atrás, Parte 01.

Capítulo 009
Alguns Meses...

Assim, o tempo foi passando até que chegasse um tempo de paz. Porém, eu gostaria de voltar um pouco na história para esclarecer alguns fatos que não foram ditos. Vamos voltar algunsmeses antes do acontecimento, pois é importante que você saiba como era a vida dos envolvidos na história antes disso tudo acontecer. Também fica melhor pra você entender o porquê de cada futura reação dos personagens diante de certas situações. Então, vejamos...

Antes do Acontecimento:
Um Homem Chamado Frederic.

Vamos falar um pouco de um homem chamadoFrederic. Ele era um político pacífico que nasceu no meio da orgia. Quando ele era pequeno, sua mãe era uma prostituta que mexia com macumba e todo tipo de coisas estranhas que você possa imaginar. Ele e sua mãe moravam num apartamento bem pequeno e todo sujo que ficava em um bairro violento de uma cidade dos EUA.
Um dia, ele estava brincando com seu carrinho na sala, enquanto sua mãe passava pra lá e pra cá agoniada com alguma coisa. Ela estava arrumando suas roupas, colocando numa mala e tentava ligar para alguém com seu celular. Parece que não estava conseguindo... E como não conseguiu, disse:
Fred! Vamos. Mamãe vai sair e você tem que vir comigo.
Fred:
Aonde a gente vai?
A mãe:
A gente vai ali, meu bem. Depois a gente fala sobre isso. Vamos...
Então ela colocou-o dentro do carro e foi dirigindo até um lugar onde sempre havia pessoas drogadas passando por ali. Fred, mesmo sendo pequeno como era, sabia que ali não era um lugar agradável e ficou com medo, no banco de trás. Ele ficou olhando pela janela, quando sua mãe parou o carro em frente a um cemitério e disse:
Fique aqui, tabom? Mamãe já volta.
Ela entrou no cemitério com a mala e Fred ficou sozinho no carro esperando sua mãe. Ele estava com muito medo. Ele ficou com tanto medo que decidiu sair do carro e ir atrás de sua mãe. Ele desceu, foi correndo até o portão do cemitério, mas parou quando viu luzes brilhando e ouviu um som muito estranho, parecido com o ronco de uma pessoa... Só que muito mais assustador. Então ele resolveu correr até sua mãe. Ele saiu correndo e gritando:
Mamãe! Mamãe! Cadê você, mamãe?
Ele, então, chegou ao local onde sua mãe estava. Ela estava deitada em um dos túmulos grandes dali e olhando para cima. Ele correu até ela e chamou-a, dizendo:
Mamãe! Eu ouvi um barulho estranho! Mamãe...
Ele viu que ela não respondia, por isso perguntou:
Tudo bem com a senhora?
Mas o que ele não tinha percebido era que sua mãe estava morta em cima do túmulo. Não havia mais ninguém ali perto... Como ela morreu, era um mistério. Mas quando o garoto tentou mexer na mãe, ele viu que no meio do peito dela havia um buraco de 5 a 7 cm de diâmetro e também estava siando muito sangue. Ele ficou com medo e não sabia nem o que pensar. Imagine um garoto de 5 a 7 anos de idade tendo uma visão dessas... Essa era uma das poucas coisas que Frederic se lembrava sobre sua mãe.
Mas, depois disso, ele ficou vagando pelas ruas da cidade, até que a minivan do orfanato o achou e o levou. Lá, ele acabou sendo amado e cresceu saudável. Porém, coisas estranhas aconteciam com as crianças do orfanato, quando elas o deixavam irritado. Uma vez, um menino maior que ele, começou a brigar com ele porque ele tinha pegado o boneco do menino maior sem saber que era dele. O menino maior ficou muito irritado e começou a brigar com ele:
Você pegou meu boneco! Devolve!
Fred:
Eu não sabia que era seu.
Fred devolveu o boneco do menino, mas ele continuou falando:
Você é muito esquisito! Não quero que você mexa nos meus bonecos!
Alguns outros meninos se juntaram a este para deixar Fred com medo, mas isso não foi uma boa ideia. Pois no momento em que Fred se sentiu mais ameaçado, de repente, o menino maior saiu voando para trás, como se tivessem empurrado ele com muita força. Quando ele saiu voando, jogou os outros que estavam perto para longe e bateu as costas na parede, o que ofez fraturar quatro costelas e fazer um corte de 15 cm na cabeça, devido ao impacto.
Ninguém entendeu como aquilo aconteceu, pois ninguém havia encostado um dedo sequer no menino, mas uma coisa era certa: Sempre que Fred estava por perto, esse tipo de coisa acontecia. Até que um dia, Fred começou a ouvir vozes e começou a ser taxado de louco. Ele teve que ser isolado na solitária, o que piorou seu caso.
Durante os primeiros meses, quase toda noite, ele ficava gritando de medo, chorando e pedindo socorro, mas ninguém estava autorizado a abrir a porta. As outras crianças começaram a comentar entre si e diziam que, às vezes, quando eles passavam em frente à solitária, ouviam Fred falando sozinho, mas quando eles olhavam pela janelinha, viam apenas Fred sentado, ou no chão, ou na cama que havia lá... Não tinha mais ninguém com ele. Mas então, depois de dois anos trancafiado e recebendo comida por debaixo da porta, ele demonstrou algo de normal, quando perguntou ao guarda:
Olá, Chad... Como vai sua família? Sua esposa ainda trabalha naquele mesmo lugar?
Chad, o guarda:
Ah... Sim. Ela ainda está trabalhando lá. Aquele emprego é tudo pra ela, mas... O que? O que você disse?
Fred:
Ahh... Legal.
Nessa hora, o guarda percebeu que ele já não parecia estar louco e mandou avisar a diretora do orfanato.Então eles o soltaram. Quando Fred foi jogado na cela da solitária, ele tinha dez anos de idade. Ou seja, hoje ele tinha doze e parecia outra pessoa. Totalmente renovado. Depois daquele dia, ele não falava muito, mas estava sempre disposto a ajudar com as tarefas do orfanato. Ele pedia para lavar os pratos, arrumar as camas dos meninos, etc. No começo, todos o achavam mais estranho do que antes, mas depois que eles viram que ele queria servir a todos, eles acabaram se acostumando com ele. Fred pediu perdão para o menino grande e depois a todos os outros a quem ele tinha feito algum mau, mesmo que sem querer.
Então, um dia, um casal veio até o orfanato procurando alguém para adotarem. Eles eram ricos e donos de uma das maiores empresas de contabilidade do mundo. Quando a diretora do orfanato perguntou:
Mas porque vocês decidiram vir procurar uma criança logo neste orfanato?
Eles disseram:
- Pois nós procuramos um menino que seja educado, e não metido.
- Sim. E ouvimos que aqui, vocês têm um dos melhores sistemas de ensino da região... É verdade?
Diretora:
Bom... Sim, nós tentamos manter sempre um bom ensino para nossas crianças.
Eles:
- Ótimo!
- Era justamente o que procurávamos.
Então a diretora foi guiando-os através do orfanato para mostrar a eles as crianças que tinham disponíveis. Ela começou mostrando os bebês que eram abandonados na porta do orfanato, os que eram entregues por mães desesperadas, ou que simplesmente eram achados nas ruas. Eles ficaram com muita pena de ouvir as histórias sobre esses bebês, mas disseram:
- Mas... Nós estamos procurando um maiorzinho.
- Sim. Um garoto!
Direto:
Hm... Entendo.
Então a diretora mandou que reunissem todas as crianças no pátio do orfanato e levou o casal até eles. Quando eles chegaram lá, a diretora disse:
Bem... São esses, os meninos que nós temos aqui. Posso garantir que podem te fazer muito felizes.
Então a esposa do homem foi observando cada um deles bem de perto para ver se tinha algo que chamasse a atenção neles. Depois de olhar cada um deles, perguntou:
Eles têm quantos anos?
Diretora:
Ahh... O menor tem 6 e o maior tem 10. A senhora gostou de algum?
Ela os observou novamente, mas um menino que não estava enfileirado ali chamou a atenção dela. Fred estava sentado em cima de uma das mesas do pátio, com os pés no banco, e estava observando o que eles estavam fazendo. Já fazia algum tempo que algum dos meninos era adotado, por tanto, Fred estava achando novo e chato também. Ao ver Fred sentado, a mulher perguntou:
Quem é aquele?
Diretora:
Ahh... Aquele é o... Digo: Frederic. Mas todos o chamam de Fred. Ele tem 12 anos, vai fazer 13 daqui a alguns meses e tem sido um bom garoto.
A diretora achou melhor não contar sobre o fato de ele ter passado dois anos na solitária e nem sobre as coisas estranhas que aconteceram a algumas crianças, quando ele estava por perto. Então o marido da mulher perguntou:
Gostou dele, querida?
A Mulher:
Sim, veja... Ele tem os olhos verdes iguais aos da minha mãe. E tem o formato do rosto do seu pai.
O homem:
Ora, vejam só... Não é que você tem razão? Se parece mesmo.
A mulher:
Vamos querer aquele... Frederic.
Então eles assinaram toda a papelada de adoção e fizeram tudo certinho para que Frederic fosse seu filho a partir daquele dia. Fred arrumou suas coisas e foi entrando na limusine deles... Ele não estava acostumado com tanto luxo, mas foi mesmo assim. As outras crianças ficaram observando. Algumas ficaram com inveja e outras não entendiam como um menino estranho daqueles conseguiu arranjar uma família.
E essa foi a infância de Frederic. Claro, durante algum tempo, ele teve que ir se acostumando com todo aquele luxo, toda aquela mordomia e todo aquele paparico dos empregados em relação a ele. Mas, no fim, acabou se acostumando. O mais difícil foi chamar aqueles dois de pai e mãe, mas também... No fim, tudo se acertou. Fred fez novos amigos, começou a frequentar uma escola de ricos e começou a fazer parte das rodinhas deles.
Enquanto Fred estava vivendo no meio deles, nada de estranho aconteceu. Nem com eles, nem com ninguém. Mas, na verdade, nada havia mudado desde o orfanato... Fred apenas não queria revelar isso a ninguém. Ele tinha uma “amizade” secreta, que ninguém poderia saber. Ele conversava com esse amigo, pedia coisas pra ele e falava coisas para ele sobre os outros. Segredos que ninguém sabia, só ele e esse amigo dele sabia. Mas isso, não é uma coisa relevante para este momento da história. O mais relevante para agora é falar o que ele se tornou.
Depois de um acidente trágico com os pais adotivos de Frederic, ele cresceu e foi morar sozinho em sua própria casa, ele se tornou político. Ele mexia com as grandes multidões e falava muito bem ao público. Sempre que precisassem de alguém para animar um povo, dar esperança ao perdido e animar o desanimado, era ele a quem recorriam. Ele começou na política jovem.
Ele se especializou em falar ao público, fez aulas de como convencer as pessoas de que uma ideia é boa, se aprofundou nos ensinamentos do mundo religioso, como: Budismo, catolicismo, hinduísmo, espiritismo, nos deuses dos indianos, nos deuses dos índios, foi um monge genuíno durante três anos, mas desistiu... Enfim... Ele buscou em todo tipo de religião ou culto a algum ídolo o que ele procurava.
Ele veio até mesmo ao Brasil para conhecer os santos do catolicismo, veio ver as festas cristãs que acontecem, foi até o vaticano conhecer as instalações, falou com o papa e, inclusive, fez algo pelo secreto também: Procurou seitas que as pessoas dizem que são apenas boatos. Ele não ligava se as pessoas diziam que eram apenas boatos... Ele procurava e ia a fundo sempre que se relacionava com esse tipo de coisa.
Ele adorava descobrir os mistérios e saber de tudo sobre essas coisas. Ele adorava tanto que ele até descobriu um meio de entrar para a maçonaria. Porém, ele não quis entrar no meio deles, pois ele já sabia como eles agiam.Então, depois de estudar, ver e vivenciar cada umadessas religiões, seitas, cultos, instituições, instalações, palácios, casas e terreiros, Frederic decidiu que iria fazer o bem a todos através da política. Numa entrevista a uma revista, ele disse:
Graças a esse estudo minucioso que fiz sobre todo tipo de religião, ou culto a um, ou mais deuses... Eu pude anotar e ver qual era a melhor característica de cada uma delas. Portanto, eu decidi usar essa boa característica presente nessas religiões para ajudar o mundo através da política. Eu posso até dizer que revolucionarei o jeito de fazer política! Posso também dizer que farei o que nenhum outro político fez até agora! Tudo graças a esse estudo...
E, durante esse estudo que Frederic fez, ele acabou ficando conhecido no mundo todo como sendo o político de todos os deuses. Claro que não foi uma grande fama, mas todos, pelo menos, já tinham ouvido falar nisso.E foi assim que Frederic ficou conhecido pelo mundo, inicialmente.




Agora quero falar um pouco sobre o passado dos nossos protagonistas e também sobre alguns coadjuvantes que terão uma atuação importante na história. Acompanhe:

Antes do Acontecimento:
Um Homem de Deus.

Alto da Glória (Região Sudoeste) – 16h30 PM

Um dia, à porta de um teatro, Alex aguardava por sua amiga, Ângela. Ela trabalhava ali coordenando o figurino e os atores em peças de evangelismo no tempo medieval. As peças eram boas e tinham como objetivo, além do evangelismo, arrecadar fundos para manutenção do prédio da Igreja e para o instituto social, que também era da Igreja. Alex já aguardava há alguns minutos quando Ângela saiu e o cumprimentou. Alex estava em seu dia de folga e eles combinaram de encontrar-se com outra irmã para saírem.
No carro, Murilo os aguardava. Alex e Ângela entraram e eles foram até o lugar marcado para fazerem uma reunião com os colegas de faculdade da Ângela. No caminho, pegaram Camila e continuaram até chegarem a um restaurante de classe média alta, onde os colegas de classe já aguardavam Ângela. Murilo parou o carro próximo ao local, eles desceram e foram até a mesa onde eles estavam.
Ali estava Gustavo, que estudava na mesma sala que Ângela e era caidinho por ela. Ele era um rapaz moreno, bonito, corpo atlético e olhos castanhos, levemente verdes. Edgar também estava ali... Um rapaz de pele clara, cabelos loiros, olhos castanhos e de boa aparência. Junto com eles, estavam também Gabriela e Juliana. Gabriela era uma morena de cabelos cacheados, olhos castanhos e de boa presença. Juliana era uma moça de pele morena clara, cabelos pretos, olhos verdes e era muito tímida. (Não. Juliana não usa óculos).
Esse dia aconteceu uma semana antes de Alex conseguir aquele emprego que foi descrito no capítulo 01. Eu não sei se você se lembra... Lembra? Bom... Essa reunião deles nesse restaurante aconteceu uma semana antes. Alex não precisava sair de empresa em empresa para achar um emprego, pois ele gostava de usar a internet para isso – e sempre funcionou. Mas como ele ainda não estava trabalhando, Alex ainda estava fazendo faculdade também. Afinal, foi nessa faculdade que todos eles se conheceram.
Ao ver Gustavo ali, Alex já pensou: “Aff... Estava sentindo que ele viria também. Porque será?” Murilo também pensou algo parecido, pois também sabia quem era Gustavo no dia-a-dia da faculdade. Se um dia Camila fosse entrevistada e perguntassem a ela:
Como você pode descrever o Gustavo?
Ela diria:
Ah... O Gustavo é um menino metido que estuda com a gente na faculdade.
E se perguntassem também:
E o que você acha da aparência dele?
Ela diria:
Que nada, moss! Só porque ele tem aqueles olhos “cor de abacate” – como ele diz – ele não tem direito de ficar metido não, minha filha... Ele se acha.
Rsrsrs... Camila é de mais, não acha? Mas então... Voltando ao dia em questão: Murilo parou o carro próximo ao local, eles desceram e foram até a mesa onde eles estavam. Gustavo viu Ângela e já ficou todo sorridente. Eles se cumprimentaram e se sentaram. Depois, eles conversaram sobre o trabalho da faculdade até o momento em que Gustavo comentou sobre certo momento que aconteceu na sala de aula deles. É esse momento que eu quero te contar para que você entenda um pouco de como era a vida de Alex:
Nesse dia, Alex e Murilo chegaram com Camila e Ângela e foram se sentar em seus lugares para esperar o professor chegar. Quando isso acontecia, eles faziam uma roda, colocavam uma música no celular e começavam a orar no meio dos alunos abençoando a aula. Os outros alunos não estavam todos assentados ainda. Estavam conversando em grupinhos, enquanto aguardavam o professor também. A conversa era muita, mas quando eles começavam a orar, todos na sala de aula começavam a falar mais baixo e outros se calavam.Nesse dia, assim como em outros também, eles avisaram:
Bom, pessoal... Nós vamos orar agora para abençoar a aula e quem quiser se juntar a nós, pode vir.
Então eles começaram e alguns alunos se juntaram a roda de oração fazendo seu melhor que conseguiam em termos de oração, já que só eles quatro ali mais uns três na sala toda eram diferentes dos outros. Como o próprio Murilo dizia:
Nós quatro e mais uns três da sala... Nós somos os únicos que andam sempre a 180!
Ele queria dizer que andava sempre em 180°, em relação ao mundo. Ou seja, em direção totalmente oposta. Mas, enfim... Eles estavam orando quando Gustavo e os outros chegaram. Gustavo já havia alertado a eles e já tinha deixado bem claro que ele não gostava de chegar à sala de aula e ter que vê-los fazendo aquilo. Ele achava aquilo a maior palhaçada. Ela pensava: “Pra que eles têm que fazer isso todo dia?!” E, nesse dia, comentou com os outros que estavam com ele:
Eles não podem deixar para fazer isso na Igreja deles não? E ainda tem gente que vai junto com eles... Bando de otário mesmo!
Eles se sentaram e a roda continuou orando até que o professor chegou e eles terminaram de orar. Quando eles terminaram de orar, Alex e Murilo ficaram incomodados em seu espírito, mas resolveram ficar de boa. Alex disse:
Professor... Vou beber água ali, rapidão, beleza?
Professor:
Tudo bem, mas vem logo que já vou começar a aula.
Murilo também foi junto com Alex, mas foi ao banheiro. Quando Alex passou perto da mesa de Gustavo, ouviu-o dizer coisas sobre a rodinha de oração. Falando coisas esquisitas. O professor chega comentou:
Gustavo! Olha o respeito pelos seus colegas, rapaz.
E Alex, passando por trás de Gustavo, disse em voz baixa:
Está amarrado...
E foi beber água. Murilo foi ao banheiro e Alex começou a beber água no bebedouro que fica perto dos banheiros. Ele bebeu, bebeu... Então se lembrou de algumas vezes que Gustavo zombou deles por estarem orando antes da aula começar, assim como nesse dia. Na lembrança de Alex desse outro dia, Gustavo chegou, viu que eles estavam orando e disse:
Que isso aqui?
Edgar:
Ahh... Hahahaha...
Gustavo:
Do que você está rindo?
Edgar:
Eles são crentes, não se lembra de que eles disseram isso no primeiro dia de aula?
Gustavo:
É verdade... Rsrsrs...
E, se referindo a Ângela, disse:
Pena que até algumas gostosas caem na lábia desses certinhos.
Ângela parou de orar e disse:
Só um momento, gente...
Virou-se para Gustavo e perguntou:
O que você disse Gustavo? Do que você me chamou?
Gustavo:
Nada... Eu só disse a verdade. Você sabe que eu te acho mó gostosa, Ângela. Isso nunca foi segredo nenhum.
Ângela:
Pois é... Só que eu já disse que eu sou mulher de Deus e você me respeita! Está ouvindo! Não sou dessas aí que você pega hoje e joga fora amanhã não, ouviu?!
E todos na sala:
Uuuuuuuhhhhhh!
Depois Alex acalmou a todos e a aula começou. Alex estava se lembrando disso e pensava: “Oh, Senhor... Todo esse preconceito, toda essa rejeição... E nós nem fizemos nada contra eles. Naquele momento mesmo eu o estava abençoando. Então por que, Pai?” E ficava suspirando com um pouco de angustia em seu coração. Mas então ele começou a ouvir uma gritaria na sala de aula. Gustavo estava fazendo estardalhaço novamente e parece que, dessa vez, ele ia se dar mau... Pois até a diretora e o coordenador passaram correndo para ir ver o que estava acontecendo.
Encostado no bebedouro, Alex aguardava Murilo e observava a bagunça que Gustavo estava fazendo. Ele teve certeza que era Gustavo que estava fazendo aquilo, pois ouvia as pessoas falando para ele parar de fazer aquilo. Alex pensava: “Eu sabia que era ele... Só podia ser ele. Ele caça briga com qualquer um...” Alex já estava até acostumado com aquilo, de certa forma. Outros alunos pararam na porta se suas salas para observar o que estava acontecendo e alguns foram até a porta da sala de Alex para ver mais de perto.
Então Edgar e Juliana vieram correndo até onde Alex estava e disseram desesperados:
Alex! Alex! Ajuda...
Juliana:
Eu acho que o Gustavo está endemoninhado lá na sala! Você pode ir lá ver o que está acontecendo?
Alex parou e pensou em segundos: “Endemoninhado? Ele deve estar é fazendo um daqueles showzinhos dele de uma maneira que eles nunca viram. RUM! Com certeza deve ser isso... Ele sempre faz isso.” E, por isso, disse:
Eu não. Porque vocês não chamam outra pessoa? Não tem ninguém mais nessa faculdade que possa botar uns freios nele não?
Edgar:
Não, moss! Estamos falando sério! Olha aqui... Eu fui tentar segurá-lo e ele me jogou nas mesas lá. Olha aqui... Está até vermelho.
Juliana:
Por favor...
Alex acha Juliana muito linda e fofinha, como de fato era. Então Alex disse:
Aiaiai... Vamos ver.
Então Alex foi caminhando até a porta da sala de aula... Os meninos pediram licença para as pessoas que estavam na porta e, quando eles saíram do meio, Alex viu que Gustavo estava mesmo endemoninhado no meio da sala de aula. Ele parecia muito furioso e irritado. Alex parou e observou as pessoas tentando fazê-lo parar, mas ninguém conseguia nada. Só o deixava mais grilado. Ele gritava:
Sai de perto de mim! Se não eu te mato! Eu te mato também! E você também! Mato todo mundo!
O professor:
Acalme-se Gustavo! A gente vai chamar a polícia, se você não se acalmar! Gustavo!
Então dois alunos fortões se uniram ao professor e ao coordenador para tentar segurar Gustavo fazendo uma espécie de abraço mutuo. Eles pararam-no por alguns segundos... Segundos suficientes para o coordenador dizer:
Gustavo! Se você não se acalmar agora, eu vou te dar uma suspensão de três dias! Está me ouvindo?!
E Gustavo, com um sorriso estranho no rosto, disse:
Estou...
Então levantou os braços de maneira que os rapazes tiveram que soltá-lo, deixando apenas o que estava segurando por trás, na altura dos ombros. Gustavo olhou para ele e disse:
Vai me soltar não, gordão?
E o aluno:
Quero ver você sair daí.
Gustavo:
Foi você quem pediu!
E empurrou o aluno para trás, que caiu e se machucou nas cadeiras e mesas. Então, quando a diretora disse:
Esse menino está louco! Edgar! Chama a polícia lá!
Alex disse:
Não!
Alex foi se aproximando de Gustavo, mas o coordenador, que estava no chão, segurou o pé de Alex e disse:
Vai não Alex! Ele está louco! Não tem como agente segurar um louco não.
Então Alex disse para todos da sala ouvirem:
Ele não está louco! Esse nem é o Gustavo...
Coordenador:
O que?
Alex:
É um demônio!
Nessa hora, Gustavo olhou para Alex mostrando os dentes. E, rosnando, disse:
O que você quer comigo, Filhinho de Papai?
Alex foi se aproximando devagar e disse:
Ah... Então você conhece meu Pai? Que bom...
Gustavo:
Veio me tirar daqui? Pois eu mato ele antes que consiga!
Todos se assustaram com isso, mas Alex disse:
Não vai não! Pode parar bem aí!
Gustavo estava indo em direção a uma mesa onde tinha algumas canetas, mas quando Alex mandou que ele parasse, ele parou como se tivesse ficado estatua e começou a rosnar novamente, mostrando os dentes. Alex disse:
Olha pra mim!
Gustavo olhou e o xingou gritando. Mas Alex disse com firmeza:
Pai... Em nome de Jesus, eu Te peço: Manda fogo nesse bicho feio!
Na mesma hora, Gustavo começou a gritar como se tivesse algo doendo nele. E Alex continuava falando a mesma coisa até que Juliana gritou:
Para! Está machucando ele!
Todos olharam para Juliana e depois olharam para Alex. Gustavo veio em direção a Alex, mas Alex disse:
Parado aí! Mão pra trás! Mão pra trás! Está amarrado agora! Em nome de Jesus!
Gustavo parou com as mãos para trás e ficou se debatendo como se ele estivesse mesmo amarrado. Então Alex disse:
De joelho!
Gustavo:
Nããããããooooo!
Alex:
De joelho agora! Em nome de Jesus! Estou mandando...
Então Gustavo se ajoelhou e Alex, encostando o dedo indicador na testa de Gustavo, disse:
Muito bem... Agora olha nos meus olhos. Olha nos meus olhos!
Gustavo gritou quando Alex encostou o dedo na testa dele e não quis olhar paraAlex, que disse:
Olhe nos meus olhos, eu estou mandando, em nome de Jesus! Olha!
Então Gustavo olhou nos olhos dele, mas começou a gritar e fechou os olhos como se Alex tivesse feito algo nos olhos dele. Alex, em nenhum momento tirou o olhar de Gustavo e depois disso disse:
O que foi? Não consegue? Hã?!
Gustavo:
Eu vou embora daqui!
Alex:
Opa! Não vai não! Você vai ficar aqui e vai ouvir tudo que eu tenho pra dizer.
Gustavo olhava para Alex com os olhos incomodados, como se estivesse olhando para o sol. Gustavo disse:
Fala logo o que você quer seu desgraçado! Fala logo! Isso está me queimando! Anda!
Ao ouvir aquilo, Alex arrepiou todo e pensou: “Ô, Pai... Obrigado...” Então Alex disse:
Ok! Então faz o seguinte: Sai da vida do Gustavo, em nome Jesus, e nunca mais volte! Sai agora, por onde você entrou, e nunca mais volte! Em nome de Jesus... Sai!!!
Então Gustavo vomitou um tipo de liquido no chão e se acalmou na mesma hora. Nessa hora, alguns ficaram com nojo e os outros ficaram maravilhados com o que ele fez. Então Alex disse:
Sabe por que ele me obedecia quando eu falava? Porque eu tenho o Espírito de Deus na minha vida. E vocês viram que eu não fiz nada com ele... Eu nem encostei direito nele. Porque não fui eu que fiz nada... Foi o Espírito Santo quem o fez sair quando eu mandei. Se eu não tivesse o Espírito Santo dentro de mim, eu estaria aí junto com vocês vendo a polícia vir pegar alguém que não tem culpa pelo que estava fazendo.
Então Alex olhou para Gustavo e viu que ele o observava com outros olhos agora. Alex disse:
Tudo bem, mano?
Gustavo olhou ao redor, viu que todos estavam olhando para ele como se ele fosse um monstro e viu que Alex era o único que não estava olhando assim. Então disse:
Tudo sim... Valeu.
Alex:
Que nada... Isso faz parte.
Então as coisas voltaram ao normal. A diretora mandou todo mundo voltar para suas salas, o coordenador pediu que limpassem aquela sujeira e todos tiveram um grande assunto para comentar no resto da semana.



E esse é apenas um dos vários acontecimentos marcantes na vida de Alex. Claro, Alex fez muitas outras coisas em nome de Deus, mas essas aqui foram descritas para que você cresse n’Aquele que o enviou. E também foi descrito como foi o passado de Frederic, um personagem que aparecerá mais à frente. No próximo capítulo vamos ver mais algumas coisas e também vamos ver um pouco da vida de Jonas. Não deixe de acompanhar...

Continua...

Capítulo 008 – Os Outros

Capítulo 008 

Primeiras Especulações

  

Então, no dia seguinte, Jonas acordou às 07h00 da manhã já preocupado. A noite passada foi a primeira noite que ele dedicou duas horas e meia do seu tempo para orar, coisa que ele nunca tinha feito antes. Ele orava, chorava tanto que chegou a soluçar, intercedia pela sua irmã, que ouvia os gritos dele de dentro de seu quarto. O som estava quase no ultimo volume e essa foi a primeira vez que Karla não se importou com isso. Jonas estava orando tão intensamente que estava dando pra ouviu do quarto de Karla, que estava deitada em sua cama.

Alto da Glória (Região Metropolitana) – 08h47 AM.

Jonas abriu os olhos e já ficou pensando nisso. As coisas comuns do dia-a-dia vinham em sua cabeça, mas ele pensava: “Foi ontem... Foi ontem... Foi ontem... Foi ontem... Foi ontem!!!” E falou em voz alta:

Idiota! Para de pensar coisas irrelevantes! Presta atenção nos fatos! Você ficou! E agora?! Hã?! Burro!

Ele ficou deitado em sua cama por um tempo e depois foi se arrumar para ir à reunião de sua rede, cuja qual seu pastor “apascentava”. Mas uma coisa era a mais tensa passando na cabeça de Jonas: “É muito tenso você acordar e saber que ontem aconteceu o arrebatamento e você ficou para trás.” Mas, enfim, chegou a hora de ir à reunião da Igreja.Jonas entra em sua BMW conversível e vai dirigindo até o local.

Durante a viagem, ele ouve no rádio as noticias falando sobre o que aconteceu no dia anterior. Alguns noticiários diziam: “Essa está perto de ser a maior tragédia desde o ‘11 de setembro’!” Outros diziam: “Não há precedentes históricos para o que ocorreu ontem!” E tudo isso dava mais certeza a Jonas de que tudo já estava começando. Ele só não estava conseguindo colocar tudo no lugar ainda.Então Jonas chega ao local marcado e estaciona. Desce do carro e seu Antônio vem ao seu encontro, dizendo:

E ae, Jonas? Tudo certo não, hã?

Jonas:

Pois é...

Os dois pareciam meio tristes e cabisbaixos. Antônio disse:

Bom... Eu... Não vou te perguntar o motivo de você ter ficado, pois isso não importa mais. O que foi feito, foi feito. Agora nós temos é que ser vencedores, certo?

Jonas:

Eu estava numa festa com meus outros colegas, ao invés de estar na célula com vocês. Você lembra. Você estava lá, quando eu saí.

Antônio:

É... Eu me lembro.

Então eles chegaram ao auditório onde seria a reunião e ficaram esperando os outros chegarem. Depois que a maioria chegou, o pastor começou a dizer:

Bom, pessoal... Primeiramente: Bom dia a todos. Que a paz de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco, amém?

Todos:

Amém.

Pastor:

Bom... Não se assustem com a falta de alguns dos discipuladores, alguns dos líderes, pois... Como os irmãos já sabem... Ontem foi o arrebatamento.

Nessa hora, a certeza veio no coração de muitos que estavam ali, trazendo lágrimas e dor no peito. O pastor continuou:

Bom, eu... Não sei nem como dizer isso a vocês, mas... Bom... Primeiro eu gostaria de explicar porque o seu pastor também não foi arrebatado: Pelo simples fato de eu não estar vigiando, ontem. Na verdade, aconteceu uma coisa que eu nunca pensei que fosse acontecer comigo na minha vida. Pra você ver como é que são as coisas, não é? Na noite do ocorrido, este que vos fala, estava em uma comunhão com os irmãos da rede. Os irmãos estão ali, eles viram também e podem confirmar o que vou dizer... Nós estávamos em uma pizzaria na hora. Estava tudo indo bem, todos ali felizes, todos conversando coisas sobre a Igreja, sobre o discipulado, enfim... Uma conversa saudável. Mas então... Aconteceu...

Nessa hora, o pastor sentiu uma dor no coração por se lembrar da hora que aconteceu. Ele continuou:

Nós... Estávamos... Conversando e... Do nada! Sabe o que é “do nada”? Foi do nada! Nós estávamos conversando e, de repente, três dos irmãos que estavam sentados em redor na mesa. Só três! Nós estávamos em doze, se não me engano... Mas somente três ali estavam vigiando. Irmãos... Você não tem noção... Do que é... Ver! Ver assim... Com os olhos! Você não tem noção do que é ver... Esses irmãos DE-SA-PA-RE-CEN-DO diante dos seus olhos.

Quando ele disse isso, todos ficaram boquiabertos e o silêncio dominou a sala de reunião. O pastor continuou:

E não só isso! Na hora! Parece que teve um flash de luz... Não sei! Só sei que, em milésimos de segundos, os irmãos sumiram e ficaram somente penas brancas, brilhantes, caindo no lugar onde eles estavam. Foi como se tivessem tirado uma foto. Sabe aqueles flashes de câmera? Foi mais ou menos daquele jeito. Fap! E ficaram as penas caindo nos lugares onde eles estavam sentados. Nós paramos assim, de repente, e vimos aquelas penas, e ficamos sem entender. A conversa chega acabou ali. Irmãos... Na hora! Na hora, eu senti um calafrio e me veio na mente: “Fiquei...” Só isso.

Então ele continuou falando sobre as coisas do acontecimento, mas depois começou o assunto pelo qual ele reuniu todos ali. Nisso, já tinha se passado uma hora e meia de comentários sobre o ocorrido. Mas quando o pastor, finalmente foi para o assunto que interessava, ele disse:

Certo, gente... Mas não foi pra isso que eu chamei vocês aqui. O motivo de eu ter chamado vocês aqui foi para que pudéssemos nos organizar, por que... A partir de agora... O negócio vai ficar feio.

Todos comentavam entre si e o pastor continuou:

Mas, enfim... O negócio vai ficar muito feio pro nosso rumo e... Nós temos que nos preparar o quanto antes.

Gilmar, um dos presentes, levantou a mão e perguntou:

Pastor! E agora? Quanto tempo o senhor acha que o anticristo vai demorar pra aparecer?

Pastor:

Não sei. A Bíblia não fala quanto tempo, mas presume-se que não temos muito tempo não. Por que... Agora que o sal da terra se foi... Só nos resta ficarmos atentos aos noticiários.

Houve um breve silêncio, mas o pastor o quebrou, dizendo:

Mas, como eu disse antes, nós temos que nos preparar o quanto antes! Se nós formos nos preocupar somente com a demora do anticristo, nós não vamos... Meu Deus...

Nessa hora, o pastor sentiu a pressão que estava sendo e sentiu que a coisa era séria. Por isso, disse:

Gente... Temos que achar um lugar para nos reunirmos o quanto antes. Pois, vocês sabem... Eles não vão deixar que nós nos reunamos em locais públicos assim não. Quando o anticristo aparecer, nós só teremos duas escolhas. Deixaremos que todos saibam em quem cremos e viver fugindo, ou viver se escondendo sem ter que falar pra ninguém no que cremos. Nessa segunda opção, nós só poderíamos falar com as pessoas em particular, sem que ninguém nos visse evangelizando-as.Mas os dois jeitos são jeitos muito tristes de se viver.

Nessa hora vieram lágrimas nos olhos do pastor, mas ele continuou dizendo:

Mas, falando da minha parte, irmãos... Podem ter certeza: Não importa de que jeito eu tiver que viver... Mas eu não vou aceitar a marca da besta!

Todos na sala concordaram e o pastor continuou:

Não vou! Eu sei que, quanto mais estiver perto da grande tribulação, mais a gente vai ter que se esconder, então... Quero estabelecer um plano aqui. Prestem bastante atenção! Vocês sabem que é sério! É o seguinte: Quanto mais perto da grande tribulação estivermos...

Enquanto ele dizia isso, vários na sala já estavam chorando, mergulhados em lágrimas. Inclusive Jonas... E o pastor continuou:

Mais discretos seremos. Não contem a ninguém em quem cremos! Se você quiser falar com alguém, tem que ser em particular. Bem escondido! E depois... Durante a grande tribulação...

Nessa hora veio um pesar no coração do pastor, pois ele sabia que, nesse dia, alguns ali naquela sala, talvez já estivessem mortos. E depois continuou:

Durante a tribulação...

Ele olhou bem nos olhos de cada um ali... E completou:

Gritem a todos. Gritem a todos... Sejam sábios! Sejam espertos! Mas gritem a todos. Naquele momento, provavelmente,“os terrores” já estarão soltos no mundo todo. Mas eu falo uma coisa: Gritem! A todos! Amém?!

Todos, em alto e bom som:

Amém!

E bateram palmas. Depois começaram a perguntar entre si, para ver se alguém deles sabia de lugares escondidos em que eles pudessem se reunir. A discussão sobre o assunto foi longa e séria. Os discipuladores conversavam entre si e o pastor, enquanto os lideres de células comentavam com suas células onde eles poderiam se reunir também. Jonas se ofereceu para construir um abrigo subterrâneo no quintal da casa dele. Pois, com o dinheiro e a autoridade dos pais dele, ele podia fazer isso tranquilamente.

Jonas combinou que eles fossem para a casa dele não de carro, mas de ônibus, ou metrô, para não levantar nenhuma suspeita de reuniões ali.  A entrada do abrigo seria na casa de uma senhora idosa que conhecia Jonas e gostava muito dele e de seus pais. Ela concordou que escavassem seu quintal e fizessem um túnel que levasse até abaixo da casa de Jonas. Na verdade, a obra já estava pela metade, pois seus pais já haviam começado ela, por serem tão preocupados com a volta. Tudo que os operários teriam que fazer agora era alcançar o túnel que já estava do outro lado da rua dessa senhora idosa, que começava o quintal de Jonas.

Mas, enquanto eles comentavam essas coisas entre si, o pastor e os discipuladores tentavam achar um local para reuniões maiores, como a de hoje ou, quem sabe, para o culto semanal. Eles pensavam em seu reunirem nas chácaras que eles usavam para fazerem encontros evangelísticos, mas um dos discipuladores disse:

Mas eles poderiam fechar as estradas e colocar guaritas para vigiar toda movimentação.

Algusto, outro discipulador:

Sim, mas nós podemos usar. Pois, não creio que eles vão colocar esse tipo de vigia tão cedo assim. Acho que esse tipo de medida vai ficar mais para o final, não?

Pastor:

Pois é, mas é melhor prevenir do que remediar.

Anderson:

Mas então onde?

Eles pensaram, pensaram, até que chegou outro irmão chamando:

Pastor! Pastor! Vem cá ver! Vem todo mundo!

Todos foram saindo da sala e foram em direção à área do refeitório. Ali era um lugar espaçoso, tinha várias cadeiras para as pessoas comprarem algo na lanchonete e comerem ali mesmo. Também havia quatro televisores nas paredes. Duas televisões em uma parede, uma em outra e uma em outra. Não havia uma quarta parede, pois era a parte aberta para que pudessem chegar ao refeitório e que dava para o estacionamento.

Edifício Videira – 12h10 PM.

Então eles chegaram ao refeitório e já estava passando o jornal do meio-dia. A jornalista do Jornal Hoje tinha interrompido as notícias do jornal do meio-dia para que pudesse transmitir algo importante. Em todas as TVs estavam passando a mesma coisa: Uma reportagem, diretamente dos EUA, com as ultimas informações sobre o acontecimento. A jornalista disse:

Vamos agora, ao vivo, diretamente de Washington DC, com Marcos Uchôa, que tem mais informações sobre os desaparecimentos que ocorreram em todo o mundo. Uchôa... Quais são as ultimas notícias aí da Casa Branca? Os números tiveram uma mudança?

Marcos:

É isso mesmo, Sandra. Estamos aqui em frente à casa branca, onde o presidente Barak Obama está em reunião com os maiores líderes mundiais. Eles estão discutindo sobre esse incidente que ocorreu aí ontem, às 00h00 do dia 23 de Agosto aí no Brasil e em vários outros países. A Casa Branca informou que o pentágono foi acionado e a operação “Desaparecidos” está oficialmente em andamento. Hoje de manhã recebemos os números oficiais de desaparecidos. Mas devo deixar bem claro que esses ainda nãos são os números definitivos. Este é apenas um número parcial, pois a contagem ainda está sendo feita. Mas estima-se que, no mundo todo, o número de desaparecidos chega a mais de 800 milhões de pessoas! Repetindo: O número de desaparecidos já ultrapassou a barreira dos 800 milhões de pessoas no mundo todo, Sandra. E isso tudo, somente no dia 23 de Agosto, que foi ontem. Voltamos com vocês aí no estúdio, Sandra.

Nessa hora, o coração de todos que estavam ali reunidos congelou por completo. Os que tinham qualquer sombra de dúvidas passaram a ter 100% de certeza do que havia acontecido. E os que tinham de 90 a 100% de certeza desde o início, passaram a ter 200% de certeza.Então a jornalista diz, espantada:

Nossa... Por essa, eu não esperava. 800 milhões de pessoas em um único dia?

Evaristo:

Realmente incrível...

Sandra:

Não... Então, mesmo com números incompletos, esse já passa a ser o maior acontecimento na história da humanidade.

Evaristo:

Realmente... E as pessoas no mundo todo estão clamando por socorro, pedindo ajuda ao governo para que achem seus parentes que sumiram nessa tragédia. Acompanhe na reportagem de Luca Ribeiro.

Começa a passar as imagens das pessoas nas portas de delegacias em todo Brasil, na prefeitura de São Paulo... Enquanto a narração diz: “No Brasil, as autoridades tentam explicar o fato ocorrido ontem, por volta da meia-noite, em todo o mundo; onde cerca de 2,5 milhões de pessoas desapareceram somente aqui no Brasil sem deixar nenhuma pista sequer. Essa está sendo a maior tragédia já registrada na história do Brasil e do mundo desde o ’11 de Setembro’, onde dois aviões – um da American Air Lines e o outro da United Air Lines - atingiram os dois prédios do World Trade Center, causando milhares de mortes e deixando uma nuvem de destruição.” Então a cena muda e começa a mostrar as reuniões que os deputados fazem na câmara e começam a mostrar as discussões que eles estavam tendo para tentarem responder o que havia acontecido. A narração dizia: “Os lideres mundiais se reuniram hoje na Casa Branca para tentarem chegar a um acordo e tentar explicar o ocorrido. Enquanto isso, protestantes religiosos se reuniram ao redor da Casa Branca afirmando ser aquilo que eles chamam de ‘A volta de Jesus’.” Então a cena muda e mostra esse “protesto”, com faixas que diziam: “NÓS AVISAMOS! ESSE É NOSSO ÚLTIMO AVISO: JESUS ESTÁ VOLTANDO! ARREPENDAM-SE AGORA, E SALVEM SUAS VIDAS!” A cena muda novamente e mostra um desses  protestantes dizendo:

Era o que eu sempre dizia! Esse é o sinal! Jesus voltou e agora o abominável da desolação vai dominar! Fiquem de olho nos políticos! Fiquem de olho!

O policial chegou e empurrou os protestantes para trás. Então a cena muda novamente e mostra outros protestantes em frente ao maior observatório do mundo, ALMA, no Chile.Eles também levavam faixas dizendo: “ELES ESTÃO ENTRE NÓS! ELES LEVARAM ESSES PARA ANÁLISE E VOLTARÃO PARA DOMINAR A TERRA!”E a narração dizia: “Por outro lado, também há vários protestantes reunidos no maior observatório do mundo, ALMA. Inaugurado no dia 13 de março de 2013, o ALMA tem o maior arsenal de torres apontadas para o espaço; e, de acordo com o líder do movimento, eles não conseguiriam detectar uma nave espacial nem com mais 20 anos de pesquisas.” Então a cena muda e mostra um dos protestantes que estava nesse lugar, dizendo:

De que adianta toda essa tecnologia, se eles não conseguem detectar a presença deles em nosso meio? O que nós sempre tentamos dizer é que eles já estão entre nós e esse pode ser apenas o primeiro contato. Nós acreditamos que o próximo contato com eles não vai ser tão amigável e imperceptível assim. Eu creio que, se não fizermos nada rapidamente, eles virão e nós nos arrependeremos de não termos feito nada!

Então a cena volta para o estúdio e Evaristo diz:

É, Sandra... A coisa está ficando feia. Uns dizem ser uma coisa e outros dizer ser outra coisa. E agora?

Sandra:

Pois é... Eles dizem ser um ataque extraterrestre, mas será que é isso mesmo que está acontecendo?

Evaristo:

Foi pra isso que trouxemos aqui o doutor Alberto Castanho, que é especialista em Comportamento Sociopolítico- Religioso da UNESP,para nos responder todas essas questões. (Interessante como eles acharam alguém que é especialista justamente em comportamento sociopolítico-religioso, não?)Doutor... O senhor acha mesmo que, como esses protestantes estão dizendo, esse possa ser o fim do mundo?

Alberto:

Bom... Não. Não acho que esse seja um sinal do apocalipse, ou qualquer coisa do gênero.Na verdade, eu acho que isso é algo ainda maior que isso. Acho que o que estamos enfrentando aqui é algo muito mais sólido, muito mais... Poderoso até. Acho inclusive que eles não deviam ficar brincando com o nome de Deus assim, de uma maneira tão banal até. Não acho que isso seja a volta de Jesus, como eles estão dizendo, nem o fim dos tempos. Acho apenas que isso seja algo real e que, de fato, nós temos que tomar providências para nos defendermos.

Sandra:

Então o senhor afirma que realmente pode ter sido uma... Invasão extraterrestre? Pois isso é o mais perto que nós chegamos de filmes que falam do mesmo assunto.

Alberto:

Sim, sim... Não é errado cogitar essa possibilidade, pois nós não sabemos quem ou o que está a nossa volta, nesse universo tão enorme. Veja... Que outra tecnologia no mundo seria capaz de abduzir essa quantidade de pessoas no mundo todo em apenas um dia, se não uma que não conhecemos?

Então o pastor comentou:

Ah... Claro! Tinham que falar dos alienígenas!

Algusto:

Já devia saber! O Pastor Aluízio disse que seria assim.

Todos começaram a comentar entre si e depois fizeram silêncio para ouvir o resto da entrevista.E Evaristo perguntou:

E o senhor acha que o Brasil estaria... Ou o mundo também... O senhor acha que nós estamos preparados para algo desse tipo?

Alberto:

Sinceramente? Não. Não acho que o Brasil, ou o mundo contem com um sistema de defesa forte o suficiente para aguentar um... Possível ataque extraterrestre.

Jonas, indignado, diz:

Aff, moss! O que eu quero saber disso? Vocês nem sabem de nada!

E foi saindo dali. Antônio viu que Jonas ia saindo, foi atrás dele e disse:

Espera aí, Jonas! Aonde você vai agora? Vamos ver o negócio lá do lugar que você disse.

Jonas:

Não, Toninho! Já está decidido! Vai ser lá mesmo e eu já vou acionar o pessoal pra começar obra agora mesmo. Vou começar a me mexer! Não posso ficar aqui parado vendo esse povo que não entende nada falando coisas inúteis! Ok? Desculpa ter que sair assim, mas vou lá.

Então Jonas entrou em seu carro e foi saindo.Antônio ficou vendo-o sair daquele jeito e pensou:  “Hm... Que Deus o abençoe com isso então.” E voltou para o prédio.

É... A coisa parece estar esquentando para o lado de Jonas. Mal sabe ele o terror que terá que passar. Coitado... Mal sabe ele que o filho da perdição já começou a agir... Mal sabe ele que as coisas vão começar a esquentar mais rápido do que ele imagina. Mas não se preocupe... Tudo será revelado no final dos séculos. Não deixe de acompanhar!

Continua...