16 de agosto de 2015

O Fim dos Tempos - Cap. 52 (Julgamento)

Fim dos Tempos
Capitulo 52



Julgamento: Ato ou efeito de julgar / Sentença judicial / Decisão / Apreciação, exame.

(Isso era o que eu temia. Essa é a parte mais difícil da história para mim, pois escrever sobre julgamento é... Falar disso é muito difícil. Na verdade, talvez seja uma coisa que eu nem goste muito de pensar. Mas é preciso... Talvez, muitas coisas que eu colocar aqui vá te deixar um pouco perturbado, ou talvez você não concorde com alguma coisa que vou escrever agora, pois, talvez, você dirá que estou sendo presunçoso, ou... Não pense que, escrevendo isso, estou estabelecendo algo único. Se você conhece o mínimo desse assunto, sabe que falar sobre julgamento é tenso. Mas, por favor... Considere que sou humano e sou falho. Por isso, não pense que... Affe! Vou escrever. Mas já deixo registrado que faço isso com muito temor no coração).

É que... Enquanto aquilo tudo acontecia na Terra, André tinha entrado numa outra dimensão. Nenhum deles estava mais naquele lugar de onde era possível ver o que acontecia no planeta Terra. Eles estavam em outro lugar. O tempo ali não era contado como na nossa dimensão. André estava ali, sentado em seu lugar, a mais de dezenas de anos, se fossemos contar com base no nosso próprio tempo. Aquele momento estava sendo tão solene que, desde que começou, há mais de 50 anos, ninguém falava uma palavra se quer... A não ser que fosse lhe dirigida a Palavra. André estava tão interessado, tão impressionado com o método de julgamento e com os argumentos inquestionáveis que eram dados que nem percebeu que, em todo esse tempo em que esteve ali, não teve um momento se quer em que ele tenha sentido fome ou sede. Que dirá cansaço...
Na verdade, acho que poucos ali perceberam isso. Todos eles estavam focados no julgamento e como seria quando chegasse sua vez. Os grandes homens do passado já tinham sido todos julgados. Agora estavam chegando os que viveram há algumas centenas de anos atrás. Neste momento, um jovem simples estava diante o Juiz de todos. Sua roupa resplandecente emanava a glória como quando o sol deixa surgir suas enormes ondas de fogo em sua superfície. A glória, nesse jovem, era alaranjada. Ele olhava para baixo... Por temor e respeito ao Juiz de todo o Universo.
Olhe para Mim, meu filho.
Por um momento o jovem quis levantar sua cabeça, mas disse:
Como poderia?
O Juiz, de maneira carinhosa e compreensiva, disse:
Eu Sou seu Pai. Olhe para Mim, enquanto falo com você.
O jovem olhou, mas seus olhos teimavam em querer olhar para baixo. Ele ficou tentando focá-los no Juiz, mas ele estava tremendo muito. Afinal era de uma grande imponência, a imagem de quem estava diante dele.
Perdoe-me.
Juiz:
Tudo bem. Agora... Por fim, você quer falar sobre isso que estamos vendo?
Havia algo parecido com um holograma gigante em todo aquele lugar, mostrando cenas que aconteceram pouco antes do dia em que todos aqueles milhões de pessoas desapareceram no mundo todo. Nas imagens, este jovem que estava sendo julgado, estava chamando por alguém em frente ao portão de um prédio. A visão era em primeira pessoa e todos ali viam a cena como se estivessem na pele do jovem. André observava atentamente. O jovem parecia estar chamando alguém pelo interfone do prédio. Era uma voz feminina. Depois de alguns minutos, a pessoa saiu e foi ao encontro do jovem, que aguardava sentado na calçada. Enquanto ele esperava, era possível ouvir seus pensamentos:
Ai, meu Deus... Não sei por que eu fui fazer aquilo. Eu espero que ela me perdoe. Senhor Jesus, ajude-me! Preciso que o Senhor toque no coração dela para que eu...
A moça chegou nessa hora e chamou o nome o rapaz. Ele se virou e André ficou surpreso ao ver que se tratava de Karina, a moça a quem ele foi visitar. O jovem disse:
Karina...
Ela parecia um pouco triste. O jovem continuou:
Eu... Tudo bem com você?
Karina não estava com paciência, mas também não queria ofender:
Fala logo o que você quer... Tenho que voltar para preparar o almoço.
O jovem:
Não... É que eu... Queria que você me perdoasse. Eu não sabia o que estava fazendo. Eu falei o que me veio à cabeça e, naquela hora, minha cabeça não estava no lugar. Perdoe-me, sim?
Karina continuou com a mesma expressão e disse:
Era só isso?
Nessa hora, o jovem ficou pensando: “Mas, como assim ‘só isso’?!” Por isso, disse:
Bom... Eu pensei que você pudesse me perdoar. Já que essa é a atitude correta a se fazer...
Karina:
Então eu posso voltar pra preparar a comida?
O jovem:
Mas você não vai nem falar se me perdoa ou não?
Eles ficaram calados, enquanto Karina olhava para os lados com uma cara de irritada, e, depois, o rapaz resolveu desistir e dizer:
Tudo bem... Pode ir lá fazer sua comida. É... Perdoe-me por ter te incomodado.
Então ele foi se afastando e a imagem holográfica se desfez. Todos ficaram em silêncio. André pensou: “É... Ela não era fácil de lidar.” Depois ele viu que o jovem estava chorando, pois tinha se lembrado do que ele tinha feito a ela. O Juiz ficou observando e, depois que o jovem começou a se sentir melhor, disse:
Está pronto?
O jovem, ainda enxugando suas lágrimas, olhou para o Juiz e balançou a cabeça, dizendo que sim. E o Juiz disse:
Muito bem... Vamos testar agora. Fique parado...
Então começou a surgir do chão um brilho e, logo em seguida, uma chama ligeiramente dourada e vermelha, cujo brilho era branco. Uma chama como nenhuma outra que possa existir nessa criação atual. Ao redor do jovem havia, flutuando, algumas dezenas de sementes. Elas formavam uma esfera de várias camadas ao redor do jovem. Cada vez que o Juiz mostrava algo que o jovem havia feito, e que O agradou, uma semente nova surgia. Aquela chama, então, começou a ficar maior e, de repente, explodiu com toda força para cima, tornando-se uma enorme coluna de fogo. O jovem estava bem no meio dela. A casca das sementes que estavam ao seu redor começou a se desfazer, devido ao fogo.
Isso, porém, era necessário para revelar o teor das obras do rapaz. Quando a casca das sementes se desfazia, era possível ver o que estava dentro: era palha? Feno? Ou madeira? Não... Todas as sementes deste rapaz eram feitas de ouro, prata e pedras preciosas em seu interior. Quando todos que observavam aquela cena perceberam que elas eram de ouro, prata e pedras preciosas, eles ficaram de pé e começaram a aplaudir o Juiz. Depois que a enorme chama de fogo se dissipou, o Juiz fez sinal para que os anjos o levassem pela porta que ficava à direita do jovem. André percebeu que havia um sorriso nos lábios do Juiz, por isso olhou para o jovem e pensou: “Grande homem!” E, enquanto os anjos acompanhavam o jovem até a porta, o Juiz disse:
Depois daquele momento, Júlio decidiu orar pela Karina. E essa foi uma decisão que Eu coloquei no coração dele, pois Eu iria busca-lo naquela noite. E, desde então, ele tem esperado. E agora... Eis que sua recompensa será justa, pois deixou que Eu ficasse encarregado da situação, e não ele mesmo.
Todos que eram aprovados, juntamente com suas obras, eram levados até essa porta da direita. Porém, os que não eram achados dignos de entrar por ela, deveriam entrar pela porta da esquerda. E, todas as vezes que a porta se abria para que alguém entrasse, era possível ouvir choro e gritos vindos lá de dentro. André estava muito preocupado com o que aconteceria. Ele se perguntava: “E eu? O que será que vai acontecer? O que será que eu vou falar?” E seu coração se apertava cada vez mais.
E, enquanto isso, o sétimo anjo voava ao redor do planeta Terra com sua taça na mão. Ele ainda não tinha derramado seu conteúdo, pois estava esperando o momento certo. Enquanto isso, em outras partes da Terra, a situação era cada vez mais crítica. As poucas pessoas que restaram, e que não estavam ali no vale do Megido ou entorno, estavam escondidas no meio de florestas, campos ou em lugares assim. Não havia praticamente ninguém em qualquer cidade em que se procurasse. Somente aqueles que lutavam contra governos opressores ficaram nas cidades.
Hoje, muitos destes não têm muito recurso para poderem lutar de verdade contra esses governos, porém naqueles dias... Naqueles últimos dias, eles serão como uma força revolucionária, com armas, veículos e bases secretas. Porém, quando esses últimos dias citados chegarem, eles serão poucos. Tão poucos que as pessoas vão pensar que eles nem existem mais. Pois, nesses últimos dias, o único alvo da grande maioria das pessoas em todo o mundo será o que atravessar aquele portal. E era nisso que eles estavam focados: No portal. Havia muitos caminhões que lançam mísseis posicionados, carregados e preparados para atirar... Apenas esperando que alguém apertasse o botão para que os mísseis fossem lançados.
Conforme os dias iam passando, sua angustia de ter que esperar ali naquele campo de concentração ia aumentando cada vez mais. Tom também estava cada vez mais pensativo a esse respeito. Você percebia pelo olhar dele que ele também estava preocupado em saber o que sairia por aquele portal, ou o quê aconteceria ali.







(2ª Coríntios 5:10) Porque todos nós temos que comparecer diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que fez através do corpo: ou bem, ou mal.”




Continua...

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